Abstract During Carnival, the members of maracatu de baque solto groups, a performance occurring in Pernambuco (Northeast Brazil) feel exposed to various type of illnesses, caused by the “envious eye” (olho grande) of their rivals. This motivates them to accomplish a number of defensive practices, both on a symbolical and on an aesthetical dimension. In order to perform safely, they need to “close the body” (fechar o corpo), physiologically, symbolically, and aesthetically. In this context, the expression “closed body,” is synonymous of a protected, powerful, healthy, invincible body, while the expression “open body” refers to a vulnerable one, susceptible to the attacks of negative entities, aroused by the enemies’ envious eye. In this article, I suggest that that the emotional experience of the Maracatu performers is driven by this particular way of perceiving the body during the carnival period.
Resumo Os membros dos grupos de maracatu de baque solto da Zona da Mata norte pernambucana sentem-se particularmente expostos na época do carnaval a vários tipos de doenças causadas pelo “olho grande” dos invejosos. Daí a necessidade de práticas defensivas nos planos simbólico e estético. Para brincar o carnaval sem se arriscar é necessário fechar o próprio corpo, o que, nesse contexto significa torná-lo protegido, poderoso, saudável, invencível, não vulnerável ou susceptível aos ataques das entidades negativas despertadas pelo olho grande de rivais e inimigos. Nesse artigo argumento que a vivência emocional dos brincantes de maracatu é profundamente ligada a essa maneira de conceber o corpo durante o carnaval. Um corpo diferente do ordinário, suscetível, permeável a presenças e ataques de entidades invisíveis.