ABSTRACT Objective: To calculate the rate of tuberculosis recurrence, estimate its average time until recurrence, and identify factors associated with recurrence in Brazil. Methods: Retrospective cohort study with a linked database from the Notifiable Diseases Information System. The study included individuals diagnosed with tuberculosis in 2015, focusing on those who experienced their first recurrence within 6.5 years. We estimated the relative risk (RR) and its 95% confidence interval (95%CI), as well as the population attributable fraction (PAF) or the population preventable fraction (PPF) of associated factors. Results: Within a 6.5-year period, 3,253 individuals (6.5%) experienced tuberculosis recurrence, with a median time of 2.2 years. Positively associated factors included: male sex (RR: 1.4; 95%CI 1.3–1.5; PAF: 22.9%), age 30 to 59 years (RR: 3.0; 95%CI 1.6–5.7; PAF: 36.0%), black race (RR: 1.3; 95%CI 1.2–1.5; PAF: 3.5%), mixed race (RR: 1.3; 95%CI 1.2–1.4; PAF: 10.6%), deprivation of liberty (RR: 1.9; 95%CI 1.7–2.1; PAF: 9.1%), pulmonary/mixed clinical form (RR: 1.7; 95%CI 1.4–1.9; PAF: 37.1%), acquired immunodeficiency syndrome diagnosis (RR: 1.8; 95%CI 1.5–1.9; PAF: 4.3%), and alcohol use (RR: 1.2; 95%CI 1.1–1.3; PAF: 2.9%). Negatively associated factors were: 12 or more years of schooling (RR: 0.5; 95%CI 0.4–0.6; PPF: 3.3%) and supervised treatment (RR: 0.9; 95%CI 0.8–0.9; PPF: 4.4%). Conclusion: This study revealed high tuberculosis recurrence rates in Brazil, influenced by sociodemographic, compartmental, and social factors, both positively and negatively impacting disease recurrence.
RESUMO Objetivo: Calcular a taxa de recorrência de tuberculose, estimar seu tempo médio e identificar seus fatores associados no Brasil. Métodos: Estudo de coorte retrospectiva com dados de linkage do Sistema de Informação de Agravos de Notificação. Incluímos pessoas diagnosticadas com tuberculose em 2015, com foco naquelas que tiveram sua primeira recorrência em 6,5 anos. Estimamos o risco relativo (RR) e seus intervalos de confiança de 95% (IC95%), assim como a fração atribuível populacional (FAP) ou a fração prevenível populacional (FPP) dos fatores associados. Resultados: No período de 6,5 anos, 3.253 indivíduos (6,5%) tiveram recorrência de tuberculose, com tempo médio de 2,2 anos. Fatores positivamente associados incluíram: sexo masculino (RR: 1,4; IC95% 1,3–1,5; FAP: 22,9%), idade de 30 a 59 anos (RR: 3,0; IC95% 1,6–5,7; FAP: 36,0%), raça/cor preta (RR: 1,3; IC95% 1,2–1,5; FAP: 3,5%) ou raça/cor parda (RR: 1,3; IC95% 1,2–1,4; FAP: 10,6%), privação de liberdade (RR: 1,9; IC95% 1,7–2,1; FAP: 9,1%), forma clínica pulmonar/mista (RR: 1,7; IC95% 1,4–1,9; FAP: 37,1%), diagnóstico de síndrome da imunodeficiência adquirida (RR: 1,8; IC95% 1,5–1,9; FAP: 4,3%) e uso de álcool (RR: 1,2; IC95% 1,1–1,3; FAP: 2,9%). Fatores negativamente associados foram: 12 ou mais anos de estudo (RR: 0,5; IC95% 0,4–0,6; FPP: 3,3%) e tratamento supervisionado (RR: 0,9; IC95% 0,8–0,9; FPP: 4,4%). Conclusão: Revelamos taxas elevadas de recorrência de tuberculose no Brasil, com fatores sociodemográficos, comportamentais e sociais influenciando na recorrência da doença.