ABSTRACT If childhood cannot be thought of as confined to the chronological dimension, even more so, rural childhood cannot be conceived in a reduced form. Children in settlements grow up surrounded by the uncertainty of land ownership, are educated in struggle, and learn early on that collective organization is a path to victory and, at the same time, a means of resistance. The aim of this study was to analyze, through oral narratives, the processes of constitution of rural childhoods, in a school in the Agrarian Reform settlement, in Santaluz, BA. Visual ethnography was the methodology that guided the investigation, allowing for the varied use of techniques to construct the analyses. We also chose an interactive activity, named Poteca, which initiates oral narratives from children, families, and teachers. From the theoretical-conceptual movement, we broaden our perspective on the constitution of children in social, educational, cultural, and political realms. It is also necessary to understand that the context of daily struggle against prejudice and criminalization creates a dynamic of production and self-production in which these children establish themselves, experience their childhoods, and affirm themselves as a culturally organized and productive collective. These perceptions were based on the stories narrated during the investigation, through the interactions provided by Poteca. Oral experiences, once they are recorded, systematized, and analyzed, can support pedagogical practices and the development of curricula that take into account the conceptions, knowledge, cultures, and values that originate from social movements. dimension so form ownership time resistance analyze childhoods settlement Santaluz BA investigation analyses activity Poteca families teachers theoreticalconceptual theoretical conceptual movement educational cultural realms selfproduction self experiences recorded systematized analyzed conceptions knowledge cultures movements
RESUMO Se a infância não pode ser pensada enclausurada na dimensão cronológica, mais ainda a infância campesina não pode ser concebida reduzidamente. As crianças de assentamentos crescem envoltas na incerteza da posse da terra, se educam na luta, cedo aprendem que a organização coletiva é um caminho para vitória e, ao mesmo tempo, é meio de resistência. O objetivo, para este trabalho, foi o de analisar, através das narrativas orais, os processos de constituição das infâncias campesinas, numa escola no assentamento de Reforma Agrária, em Santaluz, BA. A etnografia visual foi a metodologia que conduziu a investigação, possibilitando o uso variado de técnicas para a construção das análises. Elegemos ainda uma ação interativa, denominada Poteca, desencadeadora das narrativas orais das crianças, famílias e professora. A partir do movimento teórico-conceitual, ampliamos o olhar para a constituição das crianças nos planos sociais, educativos, culturais e políticos. É preciso também perceber que o contexto de luta cotidiana contra o preconceito e a criminalização faz surgir uma dinâmica de produção e autoprodução em que essas crianças se constituem, vivem suas infâncias e afirmam-se como um coletivo culturalmente organizado e produtivo. Essas percepções basearam-se nas histórias narradas durante a investigação, por meio das interações proporcionadas pela Poteca. As experiências orais, após serem registradas, sistematizadas e analisadas, poderão subsidiar as práticas pedagógicas e a construção de currículos que considerem as concepções, os conhecimentos, as culturas e os valores oriundos dos movimentos sociais. cronológica reduzidamente terra tempo resistência objetivo trabalho analisar campesinas Agrária Santaluz BA investigação análises interativa Poteca professora teóricoconceitual, teóricoconceitual teórico conceitual, conceitual teórico-conceitual sociais educativos políticos constituem afirmamse afirmam produtivo basearamse basearam registradas analisadas concepções conhecimentos