Resumo O feijão carioca é cultivado em todo o mundo e pode ser considerado uma matéria-prima para obtenção de ingredientes proteicos para o desenvolvimento de novos produtos, principalmente para o mercado de alimentos vegetais. Ele é uma fonte naturalmente rica em proteínas, variando de 19% a 24%. O objetivo deste trabalho foi definir as condições para obtenção de concentrado proteico de feijão carioca utilizando extração alcalina com posterior precipitação ácida. Foram definidos parâmetros para extração alcalina (pH, relação sólido/água e tempo de agitação) e precipitação ácida (pH e tempo de agitação) das proteínas de feijão carioca. Quatro testes de escalonamento foram realizados para validar os parâmetros selecionados (n=4). Os resultados mostraram que o processo deve seguir uma etapa de extração de proteína com água (proporção de água e farinha de feijão de 1:8, pH de 9,0 e 30 minutos de agitação), seguida de uma etapa de precipitação ácida (pH de 5,5 e 10 minutos de agitação) e de secagem por spray drying. O concentrado proteico obtido se trata de um pó contendo 76,5% (± 3,76) de proteína em base seca e o processo apresentou rendimento em massa de 11,0% (± 0,91) e rendimento de proteína de 39,7% (± 2,50). As propriedades tecnofuncionais de capacidade de absorção de água (1,77 ± 0,05 g água/g), capacidade de absorção de óleo (1,22 ± 0,05 g óleo/g), atividade emulsificante (18,87 ± 0,35 m2/g), capacidade espumante (73,33 ± 6,67%) e de formação de gel (20,00 ± 0,00 g/100g água) do concentrado também foram determinadas. O processo de obtenção do concentrado proteico de feijão carioca, incluindo as etapas de extração alcalina e precipitação ácida, foi definido juntamente com seu rendimento, e o concentrado teve desempenho semelhante ao de outros obtidos de diferentes tipos de feijão em termos de propriedades técnico-funcionais.
Abstract Common beans are cultivated worldwide and constitute a raw material for obtaining protein ingredients for novel product development, especially for the plant-based food market. They are naturally rich sources of proteins, ranging from 19% to 24%. This study aimed to define conditions for obtaining protein concentrate from common beans using alkaline extraction with subsequent acid precipitation. Parameters for alkaline extraction (pH, solid-to-water ratio, and stirring time) and acid precipitation (pH and stirring time) of proteins from common beans were defined. Four scaling-up tests were performed to validate the selected parameters (n=4). Results showed that the process should follow a protein water extraction step (water and bean flour ratio of 1:8, pH of 9.0, and 30 minutes stirring) followed by an acid precipitation step (pH of 5.5 and 10 minutes stirring) and spray drying. The protein concentrate obtained is a powder with 76.5% (± 3.76) protein on a dry basis, and the process presented a mass yield of 11.0% (± 0.91) and a protein yield of 39.7% (± 2.50). Techno-functional properties of water holding capacity (1.77 ± 0.05 g water/g), oil holding capacity (1.22 ± 0.05 g oil/g), emulsifying activity index (18.87 ± 0.35 m2/g), foaming capacity (73.33 ± 6.67%), and least gelling concentration (20.00 ± 0.00 g/100g water) of the concentrate were also determined. The process for obtaining common bean protein concentrate, including the steps of alkaline extraction and acid precipitation, was defined along with its yield and the concentrate performed similarly to that of others obtained from different types of beans in terms of techno-functional properties.