Resumo O estudo investigou o uso do fitoplâncton como ferramenta de avaliação ambiental em um reservatório de abastecimento na Amazônia brasileira, analisando como a colonização de macrófitas influencia a estrutura ecológica. Três cenários foram estabelecidos com diferentes níveis de cobertura de macrófitas flutuantes: cenário 1 (~90% de visibilidade da lâmina d’água, em dezembro/2013), cenário 2 (~50% da lâmina d’água coberta de macrófitas, em março/2014), cenário 3 (~80% da lâmina d’água coberta de macrófitas, em setembro/2014). Foram coletados fitoplâncton, clorofila-a e dados limnológicos em três pontos e três profundidades no reservatório. Análises multivariadas revelaram diferenças significativas nos fatores físico-químicos e biológicos entre os cenários, influenciadas pela sazonalidade e pela colonização das macrófitas. No cenário 1, o reservatório era mesotrófico, profundo e transparente, com alta salinidade e sólidos totais dissolvidos, dominado por espécies planctônicas. No cenário 2, a eutrofização estava presente, com maior concentração de nitrogênio amoniacal devido às chuvas, e presença de espécies planctônicas e bentônicas associadas aos micro-hábitats formados pelas macrófitas. No cenário 3, raso e dominado por macrófitas, espécies bentônicas e adaptadas à sombra eram prevalentes, refletindo alta turbidez e presença de ferro elevado. A abordagem de Valor de Indicação da Espécie mostrou-se eficaz (71,2%), destacando a influência da turbidez, potássio, magnésio, salinidade e precipitação na estrutura fitoplanctônica. O estudo recomenda o uso contínuo do fitoplâncton como bioindicador em futuras pesquisas, fortalecendo seu papel na avaliação ecológica de ambientes aquáticos amazônicos.
Abstract The study investigated the use of phytoplankton as an environmental assessment tool in a supply reservoir in the Brazilian Amazon, analyzing how macrophyte colonization influences ecological structure. Three scenarios were established with different levels of floating macrophyte cover: scenario 1 (~90% visibility of the water surface, in December/2013), scenario 2 (~50% of the water surface covered with macrophytes, in March/2014), scenario 3 (~80% of the water surface covered with macrophytes, in September/2014). Phytoplankton, chlorophyll-a and limnological data were collected at three points and three depths in the reservoir. Multivariate analyses revealed significant differences in physico-chemical and biological factors between the scenarios, influenced by seasonality and the colonization of macrophytes. In scenario 1, the reservoir was mesotrophic, deep and transparent, with high salinity and total dissolved solids, dominated by planktonic species. In scenario 2, eutrophication was present, with a higher concentration of ammoniacal nitrogen due to the rains, and the presence of planktonic and benthic species associated with the microhabitats formed by the macrophytes. In scenario 3, shallow and dominated by macrophytes, benthic and shade-adapted species were prevalent, reflecting high turbidity and the presence of high iron. The Species Indication Value approach proved effective (71.2%), highlighting the influence of turbidity, potassium, magnesium, salinity and precipitation on phytoplankton structure. The study recommends the continued use of phytoplankton as a bioindicator in future research, strengthening its role in the ecological assessment of Amazonian aquatic environments.