Abstract: In this article we aim to support the thesis that Nietzsche, from his first work The Birth of Tragedy, to his last texts, such as Twilight of the Idols, in What I owe to the ancients, proposes a radical transvaluation of the meaning of suffering human. He adopts a completely different perspective from Western metaphysical and religious conceptions, which considered suffering as an objection to life, arising from faults, failures, “sins”, which must be expiated through countless constraints, until inexorable death. The nietzschean transvaluation, with its unique tragic perspective, inaugurated in The Birth of Tragedy and sustained throughout his entire work, far from considering suffering as an objection or imperfection of existence, values it and even exalts it as another modality of becoming. vital, consubstantial and inherent in every affirmation, every pleasure, every possibility of joy.
Resumo: Neste artigo pretendemos sustentar a tese de que Nietzsche, desde sua primeira obra O nascimento da tragédia, até os seus últimos textos, como Crepúsculo dos ídolos, particularmente em O que eu devo aos antigos, propõe uma radical transvaloração do sentido do sofrimento humano. Ele adota uma perspectiva totalmente diferente das concepções metafísicas e religiosas ocidentais, que consideraram o sofrimento como uma objeção à vida, oriundo de culpas, de falhas, de “pecados”, que devem ser expiados através de inúmeros constrangimentos, até a inexorável morte. A transvaloração nietzschiana, com sua singular perspectiva trágica, inaugurada em O nascimento da tragédia e sustentada ao longo de toda sua obra, muito longe de considerar o sofrimento com uma objeção ou imperfeição da existência, o valoriza e até o exalta como outra modalidade do devir vital, consubstancial e inerente a toda afirmação, a todo prazer, a toda possibilidade de alegria.