RESUMO RACIONAL: O status linfonodal é vital para o prognóstico do câncer gástrico (CG), mas o estágio pN convencional pode ser limitado por variações na linfadenectomia e migração do estágio. O N-Ratio, que avalia a proporção entre linfonodos metastáticos e linfonodos ressecados, surge como uma ferramenta prognóstica promissora. OBJETIVOS: Avaliar o valor prognóstico do N-Ratio no CG, particularmente em pacientes com <25 linfonodos ressecados. MÉTODOS: Foram analisados, retrospectivamente, pacientes submetidos à gastrectomia com intenção curativa para CG. As categorias do N-Ratio foram determinadas pelo método da curva ROC, e a área sob a curva (AUC) foi utilizada como medida de desempenho na previsão de recorrência/óbito. RESULTADOS: Foram incluídos no estudo 561 pacientes com CG, 57% tinham status pN+ e 17,5% tinham <25 linfonodos ressecados. O N-Ratio, com média de 0,12, previu a sobrevida com precisão de 74% (AUC=0,74; IC95% 0,70–0,78, p<0,001). As categorias N-Ratio incluíram: N-Ratio 0 (43%); N-Ratio 1 (12,3%); N-Ratio 2 (31,6%); e N-Ratio 3 (13,2%). A sobrevida livre de doença (SLD) variou entre todos os grupos N-Ratio, com o N-Ratio 3 apresentando pior sobrevida do que os casos pN3 (SLD=21,8 vs.11 meses, p=0,022, p<0,05). Nos casos com <25 linfonodos ressecados, a SLD não foi significativamente pior nos grupos N-Ratio 0 (68,8 vs. 81,9%, p=0,061, p>0,05) e N-Ratio 1 (66,2 vs. 50%, p=0,504, p>0,05). A SLD dos casos de N-Ratio 0 com <25 linfonodos foi semelhante aos casos de N-Ratio 1. CONCLUSÕES: O N-Ratio influenciou a sobrevida em pacientes com CG, especialmente na doença linfonodal avançada (N-Ratio 3). Considerando que a proporção N não afeta os casos pN0, a avaliação prognóstica individualizada é essencial para pacientes com <25 linfonodos ressecados.
ABSTRACT BACKGROUND: Lymph node status is vital for gastric cancer (GC) prognosis, but the conventional pN stage may be limited by variations in lymphadenectomy and stage migration. The N-Ratio, which assesses the ratio of metastatic to resected lymph nodes, emerges as a promising prognostic tool. AIMS: To assess N-Ratios prognostic value in GC, particularly in patients with <25 resected lymph nodes. METHODS: Patients who underwent gastrectomy with curative intent for GC were retrospectively evaluated. The N-Ratio categories were determined using the ROC curve method, and the area under the curve (AUC) was used as a measure of performance in predicting recurrence/death. RESULTS: A total of 561 GC patients were included in the study, 57% had pN+ status, and 17.5% had <25 resected lymph nodes. N-Ratio, with a mean of 0.12, predicted survival with 74% accuracy (AUC=0.74; 95%CI 0.70–0.78, p<0.001). N-Ratio categories included: N-Ratio 0 (43%); N-Ratio 1 (12.3%); N-Ratio 2 (31.6%); and N-Ratio 3 (13.2%). Disease-free survival (DFS) varied among all N-Ratio groups, with N-Ratio 3 showing worse survival than pN3 cases (DFS=21.8 vs. 11 months, p=0.022, p<0.05). In cases with <25 resected lymph nodes, DFS was not significantly worse in N-Ratio 0 (68.8 vs. 81.9%, p=0.061, p>0.05) and N-Ratio 1 (66.2 vs. 50%, p=0.504, p>0.05) groups. The DFS of N-Ratio-0 cases with <25 lymph nodes was similar to N-Ratio 1 cases. CONCLUSIONS: N-Ratio influenced survival in GC patients, especially in advanced lymph node disease (N-Ratio 3). Considering that N-Ratio does not impact pN0 cases, individualized prognosis assessment is essential for patients with <25 resected lymph nodes.