ABSTRACT BACKGROUND: Anal cancer is a relatively rare disease, and there is a lack of survival data from low- and middle-income countries. AIMS: The aim of this study was to investigate the survival rates and prognostic factors of anal cancer cases treated at a High-Complexity Oncology Care Center in Rio de Janeiro, Brazil. METHODS: A retrospective cohort study was conducted involving 665 cases of squamous cell carcinoma of the anus/anal canal treated from 2000 to 2016. To estimate the 5-year overall survival probability and survival according to selected variables, the Kaplan-Meier method and the log-rank test were applied. To identify factors associated with survival, the Cox proportional hazards model, stratified by staging, was used to estimate hazard ratios (HR). Ninety-five percent confidence intervals (95%CI) were also calculated. RESULTS: The overall survival probability was 62.20% (95%CI 57.90–66.20). Higher survival rates were observed in female cases, those with non-advanced staging, and those treated with chemoradiotherapy (p<0.001). Among cases with advanced staging, being female was a protective factor against death (HR=0.52; 95%CI 0.28–0.93). Compared to chemoradiotherapy, at least one type of treatment was identified as a risk factor: chemoradiotherapy + surgery among cases with non-advanced staging (HR=22.65; 95%CI 5.65–90.81), radiotherapy among cases with advanced staging (HR=2.71; 95%CI 1.39–5.30), and among cases with unknown staging, no treatment (HR=3.36; 95%CI 1.73–6.50), radiotherapy (HR=2.38; 95%CI 1.46–3.88), and radiotherapy + surgery (HR=3.99; 95%CI 1.20–13.27). CONCLUSIONS: The findings support the superiority of chemoradiotherapy over other therapeutic modalities for anal cancer, resulting in increased survival and a better prognosis.
RESUMO RACIONAL: O câncer anal é uma doença relativamente rara com escassas evidências de sobrevida oriundas de países de baixa e média renda. OBJETIVOS: Investigar a sobrevida e os fatores prognósticos de casos de câncer anal atendidos em Centro de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia na capital do Rio de Janeiro, Brasil. MÉTODOS: Estudo de coorte retrospectiva desenvolvido com 665 casos de carcinoma escamocelular do ânus/canal anal atendidos no período 2000-2016. Para estimar a probabilidade de sobrevida em cinco anos, global e segundo variáveis selecionadas, aplicaram-se o método de Kaplan-Meier e o teste log-rank. Para identificar fatores associados à sobrevida, o modelo semiparamétrico de riscos proporcionais de Cox, estratificado por estadiamento, estimou hazard ratios (HR). Intervalos de 95% de confiança (IC95%) também foram calculados. RESULTADOS: A probabilidade de sobrevida global foi de 62,20% (IC95% 57,90–66,20). Maior sobrevida foi observada em casos do sexo feminino, com estadiamento não avançado e naqueles tratados com quimiorradioterapia (p<0,001). Entre os casos com estadiamento avançado, o sexo feminino mostrou-se fator de proteção para o óbito (HR=0,52; IC95% 0,28–0,93). Em comparação à quimiorradioterapia, pelo menos um tipo de tratamento mostrou-se fator de risco: quimiorradioterapia+cirurgia entre os casos com estadiamento não avançado (HR=22,65; IC95% 5,65–90,81), radioterapia entre os casos com estadiamento avançado (HR=2,71; IC95% 1,39–5,30) e, entre os casos com estadiamento desconhecido, nenhum (HR=3,36; IC95% 1,73–6,50), radioterapia (HR=2,38; IC95% 1,46–3,88) e radioterapia+cirurgia (HR=3,99; IC95% 1,20–13,27). CONCLUSÕES: Os achados corroboram a superioridade da quimiorradioterapia sobre as demais modalidades terapêuticas contra o câncer anal, determinando maior sobrevida e melhor prognóstico.