Este artigo defende, com base no pensamento do filósofo italiano moderno Giambattista Vico, a tese que aponta a linguagem poética e metafórica como sendo a linguagem primeira. Considerando contribuições de alguns autores atuais para o tema, se apontará igualmente para a contemporaneidade da abordagem de Vico. A noção da linguagem metafórica como linguagem primeira foi formulada por Giambattista Vico na sua obra Principii di Scienza Nuova. De acordo com ele, a linguagem de uma comunidade surge de um contacto, carregado de fantasia e imaginação, entre tudo o que está imediatamente próximo aos seres humanos concretos, como suas emoções e seus corpos, que não são derradeiramente conhecidos por ele, e as coisas de um mundo externo também desconhecido. A 'linguagem abstrata' e a distinção entre o metafórico e o literal surgem apenas mais tarde, quando esse enraizamento dos significados na eclosão imaginativa de uma cultura específica passa a ser esquecido e é tomado como pertencendo apenas às coisas nelas mesmas, objetivamente.
This paper sustains, on the basis of the work of the modern Italian philosopher Giambattista Vico, a thesis which characterizes poetic and metaphorical language as our primary language. Considering the contribution of some up-to-date authors to the subject, we will also take into consideration the contemporaneity of Vico's approach. The view of metaphoric language as our primary social language was formulated by Giambattista Vico in his work Principii di Scienza Nuova. According to him, the language of a community emerges from the contact between everything that is immediately close to its concrete human beings and the things of an external world. The community does not have a conscious knowledge either of the external things or of what is closer to them, such as their own emotions and bodies. The contact between these two loci (internal and external) of things and meanings is then full of fantasy and imagination. The notion of an 'abstract language' and the distinction between what is metaphorical and what is literal arises only later, when the stabilization of meanings in the imaginative production of a specific culture comes to be forgotten and these meanings are presumed to belong to the things themselves, objectively.
Este artículo defiende, con base en el pensamiento del filósofo italiano moderno Giambattista Vico, la tesis que caracteriza el lenguaje poético y metafórico como siendo el lenguaje primero. Considerando contribuciones de algunos autores actuales para el tema, se apuntará igualmente para la contemporaneidad del abordaje de Vico. La noción del lenguaje metafórico como lenguaje primero fue formulada por Giambattista Vico en su obra Principii di Scienza Nuova. De acuerdo con él, el lenguaje de una comunidad surge de un contacto, cargado de fantasía e imaginación, entre todo lo que está inmediatamente próximo a los seres humanos concretos, como sus emociones y sus cuerpos, que no son verdaderamente conocidos por él, y las cosas de un mundo externo también desconocido. El 'lenguaje abstracto' y la distinción entre lo metafórico y lo literal surgen apenas más tarde, cuando esa raigambre de los significados en la eclosión imaginativa de una cultura específica pasa a ser olvidado y es tomado como perteneciendo apenas a las cosas en ellas mismas, objetivamente.
Ayant comme base la pensée du philosophe italien moderne Giambattista Vico, cet article fait la défense de la thèse qui caractérise le langage poétique et métaphorique comme si c'était le premier langage. Tout en considérant des contributions pour le sujet de quelques auteurs actuels, on vise aussi la contemporanéité de Vico. La notion du langage métaphorique comme premier langage a été formulée par Giambattista Vico dans son œuvre majeure, Principii di Scienza Nuova. Selon lui, le langage d'une communauté apparaît à partir d'un contact, chargé de fantaisie et d'imagination, parmi tout ce qui est tout de suite proche aux êtres concrets, comme leurs émotions et leurs corps, qui ne sont pas à la fin connus par lui, et les choses d'un monde extérieur aussi inconnu. Le 'langage abstrait' et la distinction entre le métaphorique et le littéral surgissent seulement plus tard, quand cet enracinement des significations dans l'éclosion imaginative d'une culture spécifique est oublié et pris comme appartenant seulement aux choses dans elles- mêmes, objectivement.