Neste artigo propomos a discussão de diversas teorias culturais contemporâneas sobre o corpo, o sujeito migrante e sua relação com as fronteiras, discurso aqui justaposto à crítica literária, enfocando uma narrativa em que a protagonista e as representações de seu corpo desvelam marcas linguísticas e culturais em um espaço de inserção provisória. Buscamos verificar se o estado de suspensão é, na narrativa em questão, uma estratégia de sobrevivência psicológica, linguística e cultural encontrada pela protagonista ao longo de seus deslocamentos. O romance em foco é o de Paloma Vidal, intitulado Algum lugar (2009), a partir do qual tecemos nossas considerações sobre corpo migrante e estado de suspensão, conceito que tangencialmente se aproxima da ideia de entre lugar, mas numa perspectiva mais espacial do que geográfica. Utilizamos as teorias desenvolvidas por Elizabeth Grosz, Glória Anzaldúa, Susan Bordo, entre outras, na leitura crítica aqui apresentada do romance em foco.
In this article we propose the discussion of different cultural theories of today on the body, the migrant subject and its relation to the concept of frontier, always in dialogue with literary criticism. We focus on a narrative in which the protagonist as well as the representation of her body unveil cultural and linguistic markers, always in a space of provisional insertion, planning to verify if the state of suspension is a survival strategy in pshycological, linguistic and cultural ways. The narrative we deal with is Algum lugar(2009), by Paloma Vidal, a novel from which we weave our considerations on the migrant body and its state of suspension, a concept we see as in dialogue with the concept of in-between, but here in a perspective arranged in ways that are more spacial than geographic. We take as our theoretical foundations Elizabeth Grosz, Glória Anzaldua, Susan Bordo, among others for developing the critical reading we present on the selected novel.