Resumen La automutilación es un ajuste creativo disfuncional, considerada por la terapia gestalt como una retroflexión. Es un comportamiento autodestructivo en busca de lidiar con el sufrimiento en el campo organismo-ambiente. El objetivo de este artículo fue comprender, bajo la lente de la terapia gestalt, la vivencia de automutilación de pacientes internados por tentativa de suicidio. Utilizamos el método fenomenológico en estas etapas: reducción fenomenológica, descripción de los vectores internos al fenómeno y explicitación de la experiencia en sus diferentes sentidos. En el estudio participaron cuatro mujeres hospitalizadas por tentativas de suicidio que practicaron automutilación. Realizamos asistencia psicológica a las participantes en sus camas, cuyos extractos sobre automutilación fueron registrados en un cuaderno de bitácora y seguidamente analizados. Encontramos que la automutilación es una forma de castigo por azotar sus cuerpos con cortes para suicidarse gradualmente. Así, como proceso retroflexivo, la autolesión es una forma de autocontrol, evitación del contacto y frustración para adaptarse creativamente.
Resumo A automutilação é um ajustamento criativo disfuncional, considerada pela gestalt-terapia como uma retroflexão. Trata-se de um comportamento autodestrutivo em busca de lidar com o sofrimento no campo organismo-ambiente. Objetivamos compreender, sob a lente da gestalt-terapia, vivências de automutilação de pacientes internados por tentativa de suicídio. Utilizamos o método fenomenológico, nestas etapas: redução fenomenológica, descrição dos vetores internos ao fenômeno e explicitação da experiência em seus diferentes sentidos. Participaram do estudo quatro mulheres hospitalizadas por tentativas de suicídio e que praticavam automutilação. Realizamos atendimentos psicológicos às participantes, em seus leitos, cujos trechos sobre a automutilação foram registrados num diário de bordo e, em seguida, analisados. Constatamos que a automutilação foi uma forma de punição ao flagelar seus corpos com os cortes em busca de irem aos poucos se matando. Portanto, como um processo retroflexivo, a automutilação é um modo de autocontrole, evitação de contato e frustração a fim de um ajustamento criativo.
Abstract Self-mutilation is a dysfunctional creative adjustment, considered by gestalt therapy as a retroflection. It is a self-destructive behavior in search of dealing with suffering in the organism-environment field. The aim of this article was to understand, under the lens of gestalt therapy, the experience of self-mutilation of patients hospitalized for a suicide attempt. We used the phenomenological method in these steps: phenomenological reduction, description of the internal vectors of the phenomenon, and explanation of the experience in its different meanings. Four women who were hospitalized for suicide attempts and who practice self-mutilation participated in the study. We provided psychological assistance to the participants in their beds, whose excerpts about self-mutilation were recorded in a logbook, and then analyzed. We found that self-mutilation is a form of punishment for flagellating their bodies with cuts to gradually kill themselves. Therefore, as a retroflexed process, self-mutilation is a way of self-control, avoidance of contact, and frustration to adjust creatively.