O tratamento cirúrgico das doenças da aorta é geralmente acompanhado de altas taxas de morbimortalidade. O paciente que tem média de idade avançada geralmente é apresentado ao cirurgião em estado grave, com má condição nutricional, muitas vezes com alterações em vários órgãos e sistemas causados pela própria doença aguda. A correção convencional exige técnicas coadjuvantes complexas e agressivas como a circulação extracorpórea prolongada, hipotermia profunda, parada circulatória total além de prolongados tempos de pinçamento de aorta. Na tentativa de reduzir a agressão cirúrgica no paciente já intensamente debilitado pela própria doença, desenvolvemos, em 1988, um anel intraluminal (1, 2) que tem medidas projetadas e experimentadas para facilitar a sua manipulação e anastomose, proporcionando uma diminuição acentuada no tempo de operação, tempo de CEC, tempo de pinçamento de aorta, excluindo muitas vezes a circulação extracorpórea e a hipotermia, obtendo uma anastomose fácil, rápida, segura e hemostática. Entre março de 1988 e janeiro de 1999, 432 pacientes foram submetidos a tratamento cirúrgico de dissecções ou aneurismas da aorta em nosso Serviço. Em 328 pacientes empregamos o anel intraluminal como técnica de anastomose. Usamos 489 anéis. Cento e vinte e cinco pacientes eram portadores de dissecção aguda de aorta do tipo A, 29 eram portadores de dissecção aguda de aorta do tipo B, 81 de aneurisma de aorta ascendente, 8 de aneurisma de arco aórtico, 28 pacientes eram portadores de aneurisma de aorta torácica descendente, 17 eram portadores de aneurisma toracoabdominal e 40 pacientes de aneurisma de aorta abdominal infra-renal. A mortalidade global foi de 13,41%. O seguimento ambulatorial destes pacientes variou de 11 anos a 25 dias. A curva actuarial de sobrevivência em 11 anos mostra 67,3%. Em nenhum caso observamos as complicações descritas na literatura, como embolia, formação de pseudo- aneurisma, roturas ou estenose. Concluindo, em nosso Serviço, o emprego de anel intraluminal facilita o ato cirúrgico, reduz o tempo de anastomose e o sangramento, proporcionando facilidade técnica, redução da mortalidade e boa perspectiva de sobrevida a longo prazo.
The surgical management of diseases of the aorta is usually followed by high rates of morbidity/mortality. The patient who is usually elderly and debilitated presents in serious condition, and often with changes in various organs and systems caused by the acute disease itself. Conventional surgery requires complex coadjuvant techniques such as prolonged extracorporeal circulation (ECC), deep hypothermia, complete circulatory arrest besides prolonged time of aortic clamping. In 1988, in an attempt to reduce the surgical aggression on this already feeble patient, we developed an intraluminal ring (1, 2). It was projected and measurements were experimented to simplify its handing and anastomosis resulting in a marked decrease in operative time, ECC time and aortic clamping. It often eliminated the need of ECC and hypothermia resulting in easy, rapid, safe and hemostatic anastomosis. Between March 1988 and Jannuary 1999, 432 patients underwent surgical treatment of dissections or aneurysms of the aorta on our Service. The intraluminal ring with anastomosis was employed in 328 patients. Four hundred and eighty-nine rings were utilized. Diseases included acute dissection of the aorta type A (25), acute dissection of the aorta type B (29), aneurysms of the ascending aorta (81), aneurysms of the aortic arch (08), aneurysms of the descending thoracic aorta (28), thoraco-abdominal aneurysms (17) and aneurysms of the infra-renal abdominal aorta (40). Over-all mortality was 13.41%. Out-patient followup ranged from 11 years to 25 days. The actuarial survival curve in 11 years was 67.3%. In no case did we observe the complications described in the literature such as emboli, formation of pseudo-aneurysms, ruptures or stenosis. On our Service, use of the intraluminal ring simplifies surgery, shortens the time necessary for anastomosis and reduces bleeding, simplifying techniques, reducing mortality and providing a good perspective of survival over the long term.