OBJETIVO: Estimar a prevalência de violência por parceiros íntimos e o consumo de álcool durante os eventos dessa violência. MÉTODOS: Estudo transversal com amostra probabilística de múltiplos estágios, representativa da população brasileira, composta por amostra de 1.445 homens e mulheres casados ou vivendo em união estável, entrevistados entre novembro de 2005 e abril de 2006. As entrevistas foram realizadas na casa dos entrevistados, usando um questionário fechado padronizado. As taxas de prevalência de violência por parceiros foram estimadas e testes qui-quadrado foram empregados para avaliar as diferenças de gênero nessa prevalência. RESULTADOS: Homens apresentaram uma prevalência geral de 10,7% de episódios de violência por parceiros e as mulheres 14,6%. Homens consumiram álcool em 38,1% dos casos de e as mulheres em 9,2%. Com relação à percepção de consumo de álcool pela companheira, homens informaram que sua parceira consumia em 30,8% dos episódios de violência e mulheres que o seu parceiro fazia ingestão de álcool em 44,6% dos episódios. CONCLUSÕES: As mulheres se envolveram em mais episódios de (perpetração, vitimização ou ambos) leves e graves do que os homens. A freqüência quatro vezes maior de relatos de homens alcoolizados durante os eventos permitem supor que a prevenção à violência por parceiros possa se beneficiar de políticas públicas de redução do consumo de álcool.
OBJECTIVE: To estimate the prevalence of intimate partner violence and alcohol consumption during episodes of violence. METHODS: Cross-sectional study with a multi-stage probability sample, representative of the Brazilian population. Sample was comprised of 1,445 men and women, married or cohabitating, interviewed between November 2005 and April 2006. Interviews were conducted in the interviewees' homes, using a standardized closed questionnaire. Rates of prevalence of intimate partner violence were estimated and chi-square tests were used to assess gender differences in this prevalence. RESULTS: General prevalence of intimate partner violence was 10.7% in men and 14.6% in women. Men consumed alcohol in 38.1% of cases and women in 9.2%. As regards perception of alcohol consumption by intimate partner, men reported their female partners consumed alcohol in 30.8% of episodes of violence, while women reported that their male partners consumed it in 44.6% of episodes. CONCLUSIONS: Women were more frequently involved in mild and serious episodes of violence (perpetration, victimization or both) than men. The fact that episodes of violence reported were four times more frequent in intoxicated men enables the assumption that prevention of intimate partner violence may be promoted by public policies aimed at reducing alcohol consumption.
OBJETIVO: Estimar la prevalencia de violencia por parejas íntimas y el consumo de alcohol durante los eventos de esa violencia. MÉTODOS: Estudio transversal con muestra probabilística de múltiples fases, representativa de la población brasilera, compuesta por muestra de 1.445 hombres y mujeres casados o viviendo en unión estable, entrevistados entre noviembre de 2005 y abril de 2006. Las entrevistas fueron realizadas en casa de los entrevistados, usando un cuestionario cerrado estandarizado. Las tasas de prevalencia de violencia por parejas fueron estimadas y pruebas chi-cuadrado fueron empleados para evaluar las diferencias de género en esa prevalencia. RESULTADOS: Hombres presentaron una prevalencia general de 10,7% de episodios de violencia por parejas y las mujeres 14,6%. Hombres consumieron alcohol en 38,1% de los casos y las mujeres en 9,2%. Con relación a la percepción de consumo de alcohol por el compañero/a, hombres informaron que su pareja consumía en 30,8% de los episodios de violencia y mujeres que su pareja hacia ingestión de alcohol en 44,6% de los episodios. CONCLUSIONES: Las mujeres se envolvieron en más episodios de (perpetración, victimización o ambos) leves y graves que los hombres. La frecuencia cuatro veces mayor de relatos de hombres alcoholizados durante los eventos permite suponer que la prevención de la violencia por parejas pueda ser beneficiada por políticas públicas de reducción del consumo de alcohol.