A macrófita aquática Salvinia auriculata tem sido utilizada em vários programas de monitoramento em corpos d'água passíveis de eutrofização, sendo considerada uma planta bioindicadora. Contudo, sabe-se que a salvínia também tem um potencial fitorremediador, acumulando em seus tecidos concentrações consideráveis de poluentes. Com isso, o objetivo deste trabalho foi avaliar o potencial fitorremediador e bioindicador dessa planta, avaliando as características morfológicas da salvínia quando submetida a doses excessivas de zinco (Zn), bem como o teor desse metal acumulado em seus tecidos. Os indivíduos foram coletados em águas livres de contaminação e cultivados sob condições controladas, em vasos com solução nutritiva, em casa de vegetação, e submetidos aos tratamentos com zinco na forma de ZnSO4. 7H2O, nas seguintes concentrações: 0; 2,5; 5,0; 7,5; e 10,0 mg L-1. As alterações morfológicas foram observadas diariamente e, após dez dias de exposição dos vegetais ao zinco, procedeu-se à colheita das plantas. As plantas colhidas foram lavadas, secas, pesadas, moídas e digeridas em solução com ácido nítrico e ácido perclórico, obtendo-se extratos para determinação dos teores de zinco por espectrofotometria de absorção atômica. Os resultados indicaram que S. auriculata apresentou danos morfológicos, com o desenvolvimento de lesões e necroses marginais nas folhas em concentrações de zinco na solução superiores à permitida pela legislação, porém não diferiram no que se refere ao crescimento populacional. Em relação ao acúmulo, a absorção de zinco pelas plantas aumentou proporcionalmente com a concentração do metal em solução. O zinco, quando em concentrações elevadas, tornou-se tóxico às plantas, sendo as alterações morfológicas de plantas de S. auriculata de fácil detecção, podendo ser utilizadas no biomonitoramento de ecossistemas aquáticos contaminados com zinco.
The aquatic macrophyte Salvinia auriculata has been used in several monitoring programs in bodies of water susceptible to eutrophication, being thus considered a bioindicator. However, salvinia is also known to have phytoremediating potential, accumulating considerable concentrations of pollutants in its tissues. Thus, this work aimed to evaluate the potential of this plant as a phytoremediator and bioindicator by analyzing its morphologic characteristics when submitted to Zinc (Zn) overdoses, as well as to determine the level of this metal accumulated in its tissues. The individuals were collected in water bodies free from contamination and cultivated in vases, using a nutrition solution, under controlled greenhouse conditions and submitted to treatments with Zinc in the form of ZnSO4. 7H2O at the following concentrations: 0; 2.5; 5.0; 7.5 and 10.0 mg L-1 . The morphologic alterations were observed daily and after ten days of exposure of the plants to Zinc, the number of individuals per treatment was counted. The plants were then harvested, washed, dried, weighed, ground and digested in a nitric and perchloric acid solution, with extracts being obtained for determination of the Zinc levels by atomic absorption spectrophotometry. The results indicated that S. auriculata presented morphologic damage, with the development of lesions and marginal necrosis on the leaves with Zinc concentrations, in solution, being superior to that allowed by the legislation, but not different in relation to the population growth. Zinc absorption by the S.auriculata plants increased proportionally to the concentration of the metal in the solution. When at high concentrations, Zinc became toxic to the plants, with their morphologic alterations being easy to detect, allowing them to be used in monitoring Zinc-polluted aquatic ecosystems.