INTRODUÇÃO: O objetivo do estudo foi avaliar o grau de incapacidade, níveis de dor, força muscular e a função eletromiográfica (RMS) em indivíduos portadores de hanseníase. MÉTODOS: A amostra foi composta de um grupo de 29 sujeitos portadores de hanseníase, apresentando lesão do nervo fibular comum e grau 1 ou 2 de incapacidade, com indicação ao tratamento fisioterapêutico, e um grupo controle de 19 indivíduos saudáveis, sem hanseníase. Os sujeitos foram submetidos à análise do grau de incapacidade, testes de eletromiografia, de força muscular voluntária e da Escala Visual Analógica (EVA) para a dor. RESULTADOS: O teste de McNemar mostrou maior prevalência do grau dois de incapacidade (Δ=75,9%; p=0,0001) entre os indivíduos com hanseníase. O teste de Mann-Whitney revelou maiores níveis de dor (Δ=5,0; p=0,0001) nos pacientes com hanseníase apresentando menores níveis de força muscular da extensão do hálux direito e esquerdo (Δ=1,28, p=0,0001; Δ=1,55, p=0,0001) e flexão dorsal do pé direito e esquerdo (Δ=1,24, p=0,0001; Δ=1,45, p=0,0001) do que os indivíduos sem hanseníase. O teste de Kruskal-Wallis revelou que os valores do RMS da flexão dorsal dos pés direito (Δ=181,66m.s-², p=0,001) e esquerdo (Δ=102,57m.s-2, p=0,002) apresentaram menores valores que o grupo controle em ambos os lados, mas as comparações intragrupos não mostraram diferenças. CONCLUSÕES: Conclui-se que a hanseníase altera todas as variáveis analisadas na pesquisa, indicando a necessidade de intervenção fisioterapêutica imediata nos sujeitos com Hanseníase. Esta investigação abre perspectivas de futuras pesquisas que analisem o tratamento da hanseníase com intervenção fisioterapêutica.
INTRODUCTION: This study evaluated the degree of disability, pain levels, muscle strength, and electromyographic function (RMS) in individuals with leprosy. METHODS: We assessed 29 individuals with leprosy showing common peroneal nerve damage and grade 1 or 2 disability who were referred for physiotherapeutic treatment, as well as a control group of 19 healthy participants without leprosy. All subjects underwent analyses of degree of disability, electromyographic tests, voluntary muscle force, and the Visual Analog Pain Scale. RESULTS: McNemar's test found higher levels of grade 2 of disability (Δ = 75.9%; p = 0.0001) among individuals with leprosy. The Mann-Whitney test showed greater pain levels (Δ = 5.0; p = 0.0001) in patients with leprosy who had less extension strength in the right and left extensor hallucis longus muscles (Δ = 1.28, p = 0.0001; Δ = 1.55, p = 0.0001, respectively) and dorsiflexion of the right and left feet (Δ = 1.24, p = 0.0001; Δ = 1.45, p = 0.0001, respectively) than control subjects. The Kruskal-Wallis test showed that the RMS score for dorsiflexion of the right (Δ = 181.66 m·s-2, p = 0.001) and left (Δ = 102.57m·s-2, p = 0.002) feet was lower in patients with leprosy than in control subjects, but intragroup comparisons showed no difference. CONCLUSIONS: Leprosy had a negative influence on all of the study variables, indicating the need for immediate physiotherapeutic intervention in individuals with leprosy. This investigation opens perspectives for future studies that analyze leprosy treatment with physical therapeutic intervention.