O câncer de próstata se tornou um problema de Saúde Pública, sendo a neoplasia maligna de maior incidência nos homens brasileiros. São estimados, para os anos de 2014 e 2015, 302.350 casos de neoplasias no sexo masculino, sendo que 68.800 (22,8%) serão por câncer de próstata. O Estado do Espírito Santo encontra-se entre os 7 Estados brasileiros com maior incidência, com estimativa de 1.580 casos de câncer de próstata por ano, refletindo uma taxa de incidência de 88,72/100.000 habitantes. Na capital do Estado, Vitória, presume-se que essa taxa seja de 107,21/100.000 habitantes, correspondendo a 170 casos. Este estudo objetivou avaliar a associação de fatores sociodemográficos e clínicos com o estadiamento inicial em homens com câncer de próstata. Estudo transversal utilizando 1.500 registros de homens com câncer de próstata atendidos de 2000 a 2006 em uma instituição de referência para o tratamento de câncer de próstata em Vitória, Espírito Santo. Para o tratamento estatístico dos dados utilizou-se o teste do χ2 de associação e regressão logística com Odds Ratio (OR). Houve predominância de homens com câncer de próstata na faixa etária entre 60 e 79 anos (75%), de raça/cor não branca (61%), com primeiro grau incompleto (65%), casados (77%), atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) (60%), residentes na Região Metropolitana do Estado do Espírito Santo (67%) e com estadiamento clínico II (70%). As variáveis raça/cor não branca (p=0,025), escore de Gleason ≥ 7 (p≤0,001) e antígeno prostático específico (PSA) >20 ng/dL (p≤0,001) associaram-se ao estadiamento tardio ao diagnóstico, enquanto o encaminhamento ao serviço de oncologia sem diagnóstico e sem tratamento anterior (p≤0,001) ou com diagnóstico e com tratamento anterior (p=0,018) estiveram associadas a maior chance de apresentação ao serviço com estadiamento clínico precoce. As variáveis que representaram risco aumentado de estadiamento tardio ao diagnóstico podem ser modificadas mediante a adoção de políticas públicas específicas. Com o avanço da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (PNAISH), espera-se que um número maior de homens tenha acesso à rede de saúde, obtendo diagnóstico precoce e tratamento oportuno.
Prostate cancer has become a Public Health problem, being the malignant neoplasm with the highest incidence rate in Brazilian men. Will be estimated, for the years of 2014 and 2015, 302,350 cases of cancer in males, of which 68,800 (22.8%) are from prostate cancer. The State of Espírito Santo is among the 7 Brazilian States with the highest incidence, with an estimated 1,580 cases of prostate cancer per year, reflecting an incidence rate of 88.72/100,000 inhabitants. In the State capital, Vitória, it is assumed that this rate is 107.21/100,000 inhabitants, representing 170 cases1. The objective of this study was to evaluate the association of sociodemographic and clinical factors with the initial staging in men with prostate cancer. An observational cross-sectional secondary data research, assessing 1,500 records of men with prostate cancer from 2000 to 2006 seen at a referral center for the treatment of prostate cancer in Vitória, Espírito Santo. For statistical treatment of the data were used χ2 test of association and logistic regression with Odds Ratios(OR). There was a predominance of men aged between 60 and 79 years (75%), non-white (61%), with incomplete primary education (65%), married (77%), using the Unified Health System (UHS) (60%), residing in the State Metropolitan Area (67%) and with clinical stage II (70%). The variables non-white (p=0.025), Gleason score ≥7 (p≤0.001) and prostate-specific antigen (PSA) >20 ng/dL (p≤0.001) were associated with late stage at diagnosis, while the undiagnosed referral without previous treatment (p≤0.001) or with diagnosis and treatment (p=0.018) were associated with a greater chance of early clinical staging. The variables that accounted for the increased risk of late stage at diagnosis can be modified by the adoption of specific public policies. With the advancement of the National Comprehensive Health Care of Men (NCHCM), it is expected that a larger number of men have access to the health care network, obtaining early diagnosis and timely treatment.