RESUMO O presente trabalho teve como objetivo avaliar a ação antifúngica dos extratos de Allamanda blanchetti A.DC. e Momordica charantia L. no controle de Colletotrichum gloesporioides e qualidade pós-colheita em frutos de mamoeiro da cultivar Sunrise solo. Os experimentos foram conduzidos nos Laboratório de Fitopatologia e Laboratório de Produtos de Origem Animal, CCA-UFPB, Campus.II, Areia-PB. Os frutos foram colhidos no estádio 1 de maturação, em seguida, sanitizados com hipoclorito de sódio a 1% por três minutos e pulverizados com os extratos etanólicos de A. blanchetti e M. charantia nas concentrações: 0, 10, 100, 500 e 1000 µg.mL-1. Os frutos foram distribuídos em bandejas de polipropileno expandido em temperatura ambiente (23±2 °C) e umidade relativa em torno de 70%. Após doze dias de armazenamento, os frutos foram avaliados quanto à incidência natural de C. gloesporioides, severidade, atividade da enzima peroxidase, sólidos solúveis, acidez titulável, relação SS/AT, perda de massa e aparência externa dos frutos. Foi realizada análise de regressão polinomial testando modelos até o terceiro grau para as concentrações dos extratos utilizando análise de variância pelo teste F enquanto as médias foram comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade, através do programa SAS® 9.2. Não se observou diferença estatística quando avaliou-se a incidência natural de C. gloesporioides em frutos de mamoeiro utilizando os extratos de A. blanchetti e M. charantia. Já na avaliação da severidade da antracnose, verificou-se diferença para o tratamento com o extrato de A. blanchetti, que apresentou as menores escalas de notas em relação ao tratamento com a M. charantia. Observou-se atividade da peroxidase (POD) em frutos de mamoeiro nos extratos de A. blanchetti e M. charantia. Os frutos tratados com A. blanchetti apresentaram teor de acidez, com máximo de 0,12 g de ácido cítrico.100 g-1 e no de M. charantiaapresentou aumento para 0,15 g de ácido cítrico.100 g-1. A relação SS/AT diminuiu com o aumento das concentrações dos dois extratos. Os frutos tratados com A. blanchetti apresentaram maior perda de massa durante todo o armazenamento, sendo maior que 10% aos nove dias. Já a perda de massa dos frutos tratados com M. charantia apresentou comportamento linear, sendo superior a 12% aos 12 dias de armazenamento. A cor evoluiu de 1 (verde) para 6 (casca alaranjada) e a aparência dos frutos diminuiu com o decorrer do tempo de 5 (excelente) para 3 (regular) em todas concentrações dos extratos de A. blanchetti e M. charantia. Os extratos de A. blanchetti e M. charantia não reduziram a incidência natural, porém, só o extrato de A. blanchetti foi responsável por reduzir a severidade da antracnose. Ocorreu a atividade da enzima peroxidase em todos os tratamentos avaliados e conservaram a qualidade pós-colheita em frutos até os nove dias de armazenamento.
ABSTRACT This study aimed to evaluate the antifungal effect of the extracts Allamanda blanchetti A.DC. and Momordica charantia L. in the control of Colletotrichum gloesporioides in papaya fruits of the Sunrise Solo cultivation, as well as their post-harvest quality. The trials were conducted in the Laboratory of Plant Pathology and Animal Products Laboratory, CCA-UFPB, Campus II, Areia-PB. The fruits were harvested at maturity stage 1, then sanitized with sodium hypochlorite 1% for three minutes and sprayed with ethanol extracts of A. blanchetti and M. charantia at concentrations of 0, 10, 100, 500 and 1000 μg.mL-1.The fruits were distributed in polypropylene trays expanded at room temperature (23±2 °C) and relative humidity around 70%. After twelve days of storage, the fruits were evaluated for natural incidence of C. gloesporioides, severity, peroxidase enzyme activity, soluble solids, titratable acidity, SS/TA ratio, weight loss and external appearance of the fruit. Polynomial regression testing models to the third degree were employed for the extracts of concentrations, using analysis of variance by F test. The averages were compared by Tukey test at 5% probability, through the SAS® 9.2 program. There was no statistical difference observed when we evaluated the natural incidence of C. gloesporioides in the papaya fruit, using extracts from A. blanchetti and M. charantia. In the assessment of the severity of the anthracnose, there was no statistical difference for the treatment with the extract of A. blanchetti, which had smaller scales of notes when compared with the treatment using the M. charantia. It was observed peroxidase activity (POD) in the papaya fruits treated with the extracts of A. blanchetti and M. charantia. The fruits treated with A. blanchetti presented a maximum dose of acidity of 0.12 g g-1 of citric acid.100 g-1. In the fruits treated with M. charantia this increase was of 0.15g of citric acid.100 g-1. The SS/TA ratio decreased with increasing concentrations of the two extracts. The fruits treated with A. blanchettipresented higher weight loss of approximately 10%, since the M. charantia was over 12%. The color evolved from 1 (green) to 6 (Orange Peel) and the appearance of the fruit got worse according to the time, from 5 (excellent) to 3 (regular) in all the concentrations of the extracts of A. blanchetti and M. charantia. The A. blanchetti and M. charantia extracts did not reduce the natural incidence, however, only the A. blanchetti extract was able to decrease the severity of the anthracnose. The peroxidase enzyme presented activity in all treatments and kept the postharvest quality of the fruits in the nine days of storage.