Lianas interagem de forma negativa com as árvores, uma vez que aumentam suas taxas de mortalidade. Seria esperado, portanto, que árvores apresentassem possíveis caracteres que as defenderiam contra lianas. O objetivo desse estudo foi testar se os seguintes caracteres das árvores limitam sua infestação por lianas: 1) baixa altura; 2) tronco com ramificações altas (fuste alto); 3) casca lisa; 4) casca esfoliante, e 5) menor índice de iluminação da copa. O estudo foi realizado em um fragmento de Floresta Estacional Semidecídua no município de Alfenas (MG) no qual foi amostrado em 0,1 ha, todas as árvores com diâmetro na altura do peito maior do que 3 cm. Para cada árvore registrou-se os caracteres citados anteriormente, bem como foi estimada a porcentagem de cobertura de lianas na copa. Encontrou-se que quanto maior a altura e o índice de iluminação da copa, maior a sua ocupação por lianas. Essas árvores, apesar de atingirem o dossel da floresta e, portanto, adquirirem mais luz para crescimento e reprodução, estão também mais sujeitas à ocupação por lianas. Apesar disso, supõe-se que as árvores não investem em estruturas que poderiam diminuir a ocupação por lianas, provavelmente porque a competição com outras plantas da vizinhança pode ser também intensa.
Lianas (woody climbers) interact negatively with trees, increasing their mortality rates. We expect, therefore, that trees have developed supposed traits that would defend them against lianas. The aim of this paper was test if these tree traits limit their liana occupation: 1) smaller height; 2) taller free bole height; 3) smooth bark; 4) exfoliating bark, and 5) low crown illumination. This study was carried out in a fragment of a seasonal semideciduous forest in Alfenas (Minas Gerais; Southeastern Brasil). We sampled in 0.1 ha all trees with diameter at breast height larger than 3 cm. For each tree we noted the traits previously cited, as well as we estimated the percentage of liana occupation on the tree crowns. We found that, for taller trees and trees with higher crown illumination, the probability of a tree to carry lianas was higher. These trees, in spite of reaching the forest canopy, and, therefore, acquire more light for reproduction and growth, they are also more prone to liana occupation. In spite of that, we suppose that the trees do not invest on traits that could decrease the liana occupation, probably because the competition with neighbor's plants may also be intense.