RESUMO Objetivo: Investigamos a frequência dos testes de apneia e o uso de exames complementares para o diagnóstico de morte cerebral em nosso hospital, assim como as razões para a não realização do teste de apneia e para utilização de exames complementares. Métodos: Neste estudo retrospectivo, examinaram-se os arquivos de pacientes com diagnóstico de morte cerebral entre 2012 e 2018. O exame preferido foi determinado quando um exame complementar foi realizado para o diagnóstico de morte cerebral. Analisaram-se a taxa e a frequência de uso desses exames. Resultados: Durante o diagnóstico de morte cerebral, o teste de apneia foi realizado em 104 (61,5%) pacientes, e não foi ou não pôde ser realizado em 65 (38,5%) deles. Realizaram-se exames complementares em 139 (82,8%) pacientes. O exame complementar mais comumente utilizado foi a angiografia por tomografia computadorizada (79 pacientes, 46,7%). Foi recebida aprovação para doação de órgãos nas reuniões com familiares após o diagnóstico de morte cerebral para 55 (32,5%) dos 169 pacientes. Conclusão: Nos anos mais recentes, identificamos aumento na taxa de testes de apneia incompletos e, concordantemente, elevação no uso de exames complementares. Os exames complementares devem ser utilizados nos pacientes quando há dificuldade para chegar à decisão do diagnóstico de morte cerebral, mas não se deve esquecer que não existe um consenso mundial a respeito do uso de exames complementares.
Abstract Objective: We investigated the frequency of apnea tests, and the use of ancillary tests in the diagnosis of brain death in our hospital, as well as the reasons for not being able to perform apnea testing and the reasons for using ancillary tests. Methods: In this retrospective study, the files of patients diagnosed with brain death between 2012 - 2018 were examined. The preferred test was determined if an ancillary test was performed in the diagnosis of brain death. The rate and frequency of use of these tests were analyzed. Results: During the diagnosis of brain death, an apnea test was performed on 104 (61.5%) patients and was not or could not be performed on 65 (38.5%) patients. Ancillary tests were performed on 139 (82.8%) of the patients. The most common ancillary test was computed tomography angiography (79 patients, 46.7%). Approval for organ donation was received in the meetings with the family following the diagnosis of brain death for 55 (32.5%) of the 169 patients. Conclusion: We found an increase in the rate of incomplete apnea tests and concordantly, an increase in the use of ancillary tests in recent years. Ancillary tests should be performed on patients when there is difficulty in reaching a decision of brain death, but it should not be forgotten that there is no worldwide consensus on the use of ancillary tests.