RESUMO Antecedentes: Idosos com demência podem manifestar sintomas comportamentais e psicológicos durante o percurso da doença. Terapias não farmacológicas, como por exemplo a atividade física regular, são consideradas como uma das estratégias para manejar esses sintomas. Objetivo: O objetivo deste estudo é investigar se a participação em programas de exercício físico é efetiva na redução de sintomas comportamentais e neuropsiquiátricos de idosos com comprometimento cognitivo leve (CCL) e demência. Métodos: Foi realizada uma revisão da literatura nas bases de dados Medical Literature Analysis and Retrieval System Online — MEDLINE (PubMed), Scientific Electronic Library Online (SciELO), Web of Science, Scopus e SPORTDiscus de 2010 a 2020. Os estudos elegíveis foram: ensaios clínicos randomizados envolvendo idosos com CCL ou demência, que medissem como desfecho primário ou secundário a mudança nos sintomas neuropsiquiátricos e psicológicos. Os estudos tiveram grupo com apenas o exercício físico como intervenção em comparação a um grupo controle. Resultados: De 175 publicações identificadas na pesquisa inicial, apenas sete estudos atenderam aos critérios de elegibilidade. Quatro em sete estudos demonstraram efeitos positivos na redução dos sintomas comportamentais, enquanto os demais não fizeram diferenciação entre os ganhos conforme o tipo de protocolo. Conclusões: Exercícios aeróbicos e de fortalecimento muscular de intensidade moderada a vigorosa podem ter um benefício potencial no manejo dos sintomas psicológicos e comportamentais da demência. Esta revisão mostrou a necessidade de mais estudos de intervenção, buscando investigar como desfecho primário o efeito absoluto do exercício físico e seu impacto nos sintomas comportamentais e psicológicos de idosos com CCL e demência, principalmente nas fases iniciais da doença.
ABSTRACT Background: Elderly people with dementia may exhibit behavioral and psychological symptoms throughout the course of disease. Non-pharmacological therapies, such as regular physical activity, are considered strategies for managing these symptoms. Objective: The aim of this study was to investigate whether participation in physical exercise programs is effective in reducing behavioral and neuropsychiatric symptoms in elderly people with Mild Cognitive Impairment (MCI) and dementia. Methods: A literature review was carried out in MEDLINE (PubMed), SciELO, Web of Science, Scopus and SPORTDiscus databases from 2010 to 2020. The eligible studies were randomized clinical trials involving elderly people with mild cognitive impairment or dementia and assessing changes in neuropsychiatric and psychological symptoms as primary or secondary outcomes. The studies had a group with only physical exercise as an intervention compared to a control group. Results: Of 175 publications identified in the initial survey, only 7 studies met the eligibility criteria. Four out of 7 studies demonstrated positive effects in reducing behavioral symptoms, while the others did not report differences between gains according to the type of protocol. Conclusions: Moderate to intense aerobic and muscle strengthening exercises may have a potential benefit in the management of behavioral and psychological symptoms in dementia, but studies varied in their conclusions. This review indicates the need for further intervention studies to investigate, as a primary outcome, the absolute effect of physical exercise and its impact on behavioral and psychological symptoms in elderly people with MCI dementia, especially in the early stages of the disease.