OBJETIVO: Testar a aplicabilidade de um modelo geométrico, adaptado à postura deitada, para a análise da mecânica respiratória em relação à variação das áreas toracoabdominais laterais em crianças asmáticas. MÉTODOS: Dezenove crianças (média de idade: 11,26 ± 1,28 anos) realizaram manobras de isovolume (MIV) após inspiração máxima, seguida de fechamento da glote e alternância do ar entre os compartimentos abdominal e torácico. As manobras foram filmadas por uma câmera digital perpendicular ao plano de movimento, e as imagens de interesse foram selecionadas. O modelo geométrico foi traçado sobre cada imagem, orientado por marcadores de superfície em referências anatômicas. As áreas traçadas foram calculadas através de um programa, e os resultados foram convertidos para unidades métricas (cm²) utilizando um marcador de superfície de área conhecida. Foram calculadas as contribuições relativas (CRs) dos subcompartimentos em relação ao seu compartimento de origem e à parede torácica (PT). RESULTADOS: O modelo foi medido a partir de 55 imagens de MIV torácicas e de 55 de MIV abdominais, e as áreas e subáreas entre as manobras foram comparadas, havendo diferenças significativas para todos os subcompartimentos (p < 0,001). Todas as CRs, em relação à PT, foram também significativamente diferentes (p < 0,001), mas não aquelas em relação às razões entre os subcompartimentos e os compartimentos de origem. CONCLUSÕES: Este modelo geométrico, aplicado em crianças e adaptado à postura deitada, foi efetivo na diferenciação das variações do contorno toracoabdominal durante as MIV, e os níveis de divisão propostos foram úteis na identificação das regiões mais e menos contributivas à composição da PT.
OBJECTIVE: To test the applicability of a geometric model, adapted to the supine position, for the analysis of respiratory mechanics regarding changes in lateral thoracoabdominal areas in children with asthma. METHODS: Nineteen children (mean age, 11.26 ± 1.28 years) performed isovolume maneuvers (IVMs) after maximal inspiration, followed by glottal closure and alternation of airflow between the abdominal and thoracic compartments. The maneuvers were recorded in a digital video camera placed perpendicularly to the movement plane, and the images of interest were selected. The geometric model was traced on each image based on surface landmarks of anatomical references. The traced areas were calculated using a computer program, and the results were converted into metric units (cm²) using a surface landmark of a known area. Relative contributions (RCs) of the subcompartments in relation to their original compartments and to the chest wall (CW) were calculated. RESULTS: The model was based on 55 thoracic IVM images and 55 abdominal IVM images. Areas and subareas were compared between the maneuvers. There were significant differences in all subcompartments (p < 0.001). All of the RCs were significantly different for the CW (p < 0.001) but not for the ratios between the subcompartments and their original compartments. CONCLUSIONS: This geometric model, applied in children and adapted to the supine position, was effective in profiling changes in the thoracoabdominal silhouette during the IVMs, and the selected subdivisions were useful for the identification of areas contributing the most and the least to CW composition.