OBJETIVO: Verificar a relação entre a avaliação semiquantitativa de dilatações vasculares intrapulmonares (DVIP) e a avaliação quantitativa de shunt, e descrever achados clínicos e funcionais pulmonares em uma amostra de hepatopatas com DVIP. MÉTODOS: Pacientes com ecocardiografia transtorácica (ETT) positiva para DVIP foram submetidos à avaliação clínica e de função pulmonar assim como à quantificação de shunt intrapulmonar (cintilografia com macroagregados de albumina marcados com tecnécio-99m e por gasometria com oxigênio a 100%). RESULTADOS: Foram estudados 28 pacientes cirróticos (média de idade, 47,5 anos; 60,7% dos casos classificados como Child-Pugh B). Uma escala de 4 pontos, em ordem ascendente, foi utilizada para medir a intensidade das DVIP, classificada de 1 a 4, respectivamente, em 13 (46,4%), 9 (32,1%), 2 (7,1%) e 4 (14,3%) dos pacientes. A amostra foi dividida em grupo baixa intensidade (escores 1 e 2) e grupo alta intensidade (escores 3 e 4). A média de shunt por cintilografia foi 14,9% na amostra total, sendo menor no grupo baixa intensidade (11,7% vs. 26,3%; p = 0,01). O grupo alta intensidade teve maiores valores de shunt através de gasometria (8,3% vs. 16,3%; p < 0.001). A PaO2 média foi inferior no grupo alta intensidade. A intensidade de DVIP e a DLCO correlacionaram-se de forma inversa (r = -0,406, p = 0,01). CONCLUSÕES: A ETT é um método útil e seguro para avaliação da gravidade das DVIP em pacientes com hepatopatia. A classificação ecocardiográfica da intensidade das DVIP se correlacionou com valores de shunt intrapulmonar obtidos pelos métodos quantitativos avaliados, bem como com anormalidades nas trocas gasosas pulmonares.
OBJECTIVE: To correlate semiquantitative evaluation of intrapulmonary vascular dilatations (IPVD) with quantitative evaluation of shunt levels, as well as to describe clinical and pulmonary function findings in a sample of liver disease patients with IPVD. METHODS: Patients presenting transthoracic echocardiography (TTE) positivity for IPVD underwent clinical evaluation, pulmonary function tests and pulmonary shunt quantification (scintigraphy with technetium-99m-labeled albumin macroaggregates and blood gas analysis after pure oxygen breathing). RESULTS: A total of 28 liver cirrhosis patients were studied (mean age, 47.5 years; 60.7% were Child-Pugh class B). A 4-point, ascending scale was used as a measure of IPVD intensity, which was scored as 1, 2, 3 and 4, respectively, in 13 (46.4%), 9 (32.1%), 2 (7.1%) and 4 (14.3%) of the patients. Patients were divided into a low-intensity group (scores 1 and 2) and a high-intensity group (scores 3 and 4). The mean shunt assessed using scintigraphy was 14.9% in the sample as a whole and was lower in the low-intensity group (11.7% vs. 26.3%; p = 0.01). The mean shunt by blood gas analysis was higher in the high-intensity group (8.3% vs. 16.3%; p < 0.001). Mean PaO2 was lower in the high-intensity group. There was a negative correlation between DLCO and IPVD severity (r = -0.406, p = 0.01). CONCLUSIONS: TTE is a safe, useful tool for assessing IPVD severity in liver disease patients. The IPVD intensity assessed using TTE correlated with the intrapulmonary shunt values obtained through the quantitative methods evaluated, as well as with pulmonary gas exchange abnormalities.