Em julho de 1913, os sócios do Club Dançante Familiar Anjos da Meia Noite requeriam ao Supremo Tribunal Federal um habeas corpus que lhes garantisse o direito de realizar bailes dançantes na região portuária do Rio de Janeiro. Era o fim de uma longa batalha jurídica por meio da qual os trabalhadores de baixa renda que compunham o clube, em sua maioria negros e mestiços, tentavam assegurar seus direitos recreativos. O faziam, porém, a partir de um tipo de associação cujos objetivos estavam distantes da lógica própria ao movimento operário do período. Acompanhar o caso, dando a ver seus antecedentes e lógicas, é, por isso, um meio de refletir sobre a imagem passiva projetada sobre os trabalhadores do Rio de Janeiro na Primeira República por parte da historiografia.
In July 1913, the members of the Family Dancing Club Anjos da Meia Noite required a habeas corpus to the Supreme Court to secure their right to perform dancing parties in the port area of Rio de Janeiro. It was the end of a long legal battle, through which the low-income workers who were part of the club, mostly the Blacks and Mestizos, tried to maintain their recreational rights. They did so, however, from a kind of association whose objectives were far from the logic of the labor movement at the time. Tracking the case, analyzing its background and logic, is a way of reflecting on the passive image projected on the Rio de Janeiro's workers of the First Republic by the historiography.
En julio del año 1913, los miembros del Club de Baile Familiar Anjos da Meia Noite presentaron a la Corte Suprema un recurso de habeas corpus que les garantizaba el derecho de realizar sus bailes en la zona portuaria de Río de Janeiro. Era el final de una larga batalla legal en que los trabajadores de bajos ingresos del club, en su mayoría negros y mestizos, trataron de proteger sus derechos al entretenimiento. Lo hicieron, sin embargo, en una asociación cuyos objetivos estaban lejos de la lógica del movimiento obrero de la época. Analizar el caso, mostrando su lógica, es por lo tanto una manera de reflexionar sobre la imagen pasiva de los trabajadores del Rio de Janeiro de la Primera República proyectada por parte de la historiografía.
En Juillet 1913, les membres du Club de Danse de la Familie Les Anges de Minuit ont demandé à la Cour suprême un habeas corpus pour leur garantir le droit à exécuter des danses dans la zone portuaire du Rio de Janeiro. C'était la fin d'une longue bataille juridique menée par les travailleurs à faible revenu qui ont participé au club, surtout les noirs et les métis, pour assurer leur droits à les loisirs. Cela a été fait à partir d'une sorte d'association dont les objectifs étaient distants de la logique du mouvement ouvrier de l'époque. Suivre l'affaire, en expliquant son origine et sa logique, c'est une façon de réfléchir sur l'image passive qui est resté des travailleurs de Rio de Janeiro dans la Première République du point de vue de l'historiographie.