Resumo Este artigo discute e reflete sobre a relevância de considerar a mediação foco de análise da heterogeneidade na Teoria Ator-Rede (TAR) nos estudos organizacionais, confrontando-a com duas perspectivas paradigmáticas muito discutidas atualmente - simplificação e complexidade. Para tanto, inicialmente, trata da crise do paradigma moderno, mostra a transição desse paradigma para o paradigma da complexidade e situa os estudos organizacionais nesse novo paradigma. Em seguida, mostra sinteticamente a trajetória histórica da heterogeneidade e então evidencia como ela é conceituada na TAR como possibilidade epistemológica para os estudos organizacionais. Por fim, destaca algumas considerações sobre a mediação como foco de análise da heterogeneidade na TAR. O argumento defendido é que, a partir da análise heterogênea dos fatores sociais, tecnológicos e naturais, inter-relacionados no que a TAR denomina atores-redes, é possível superar, nos estudos organizacionais, a circularidade em que os paradigmas modernos da simplificação e da complexidade estão inseridos. Isso porque a heterogeneidade, da forma como pressuposta no contexto da simplificação ou complexidade, trata-se, sobretudo, de concepções estáticas da realidade e, para a TAR, a heterogeneidade é sobretudo relacional, trata-se de fluxos dos coletivos e das maneiras como eles se comportam, estejam eles se apresentando simples, complexos, ordenados ou fluidos. A partir dessas reflexões, este artigo sugere que se basear, epistemologicamente, nos pressupostos da heterogeneidade da TAR constitui uma lente de análise relevante para compreensão dos fenômenos organizacionais.
Abstract This article discusses and reflects on the relevance of considering mediation as focus of analysis of heterogeneity in the Actor Network Theory (ANT) when it comes to organizational studies, comparing it with two paradigmatic perspectives much discussed today - simplification and complexity. Therefore, it initially deals with the modern paradigm crisis, showing the transition of this paradigm to the paradigm of complexity and places organizational studies in this new paradigm. Then, the study synthetically shows the historical path of heterogeneity, and then shows how this is conceptualized in ANT as an epistemological possibility to organizational studies. Finally, it highlights some considerations about mediation as focus of analysis of heterogeneity in ANT. The main argument is that from the heterogeneous analysis of the social, natural and technological factors interrelated in what ANT calls “actors networks”, it is possible to overcome, in organizational studies, the circularity in which the modern paradigms of simplification and complexity are inserted. This is because the heterogeneity, the way proposed in the context of simplification and complexity, consists mainly of static conceptions of reality and ANT, heterogeneity is primarily relational, it is the flow of collectives and the ways they behave, whether they are performing simple, complex, ordered or fluid activities. From these reflections, the article is based, epistemologically, on the heterogeneity assumptions of ANT as a lens of analysis relevant to understanding the organizational phenomena.
Resumen Este artículo discute y reflexiona sobre la relevancia de considerar la mediación como foco de análisis de la heterogeneidad en la Teoría del Actor-Red (TAR), en los estudios organizacionales, confrontándola con dos perspectivas paradigmáticas muy discutidas actualmente -simplificación y complejidad-. Para ello, inicialmente, trata la crisis del paradigma moderno, muestra la transición de ese paradigma al paradigma de la complejidad y sitúa los estudios organizacionales en ese nuevo paradigma. Posteriormente, muestra sintéticamente la trayectoria histórica de la heterogeneidad y, entonces, evidencia cómo esta se conceptúa en la TAR como posibilidad epistemológica para los estudios organizacionales. Finalmente, destaca algunas consideraciones sobre la mediación como foco de análisis de la heterogeneidad en la TAR. El argumento que se defiende es que a partir del análisis heterogéneo de los factores sociales, tecnológicos y naturales interrelacionados, en el que la TAR denomina actores-redes, es posible superar, en los estudios organizacionales, la circularidad en que los paradigmas modernos de la simplificación y de la complejidad están insertados. Debido a que la heterogeneidad, de la forma como se presupone en el contexto de la simplificación o de la complejidad, se trata, sobre todo, de concepciones estáticas de la realidad y, para la TAR, la heterogeneidad es principalmente relacional, se trata de flujos de colectivos y de las maneras como estos se comportan, independientemente de que se presenten simples, complejos, ordenados o fluidos. A partir de esas reflexiones, este artículo sugiere que basarse epistemológicamente en los presupuestos de la heterogeneidad de la TAR constituye un lente de análisis relevante para la comprensión de los fenómenos organizacionales.