RESUMO: Introdução: O uso de substâncias ilícitas é uma preocupação em saúde pública. O estudo descreve sua prevalência entre estudantes do nono ano do turno diurno de escolas públicas e privadas do Brasil, identificando fatores associados. Método: Foram analisados dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) de 2015. A experimentação de drogas ilícitas (maconha, cocaína, crack, cola, loló, lança perfume, ecstasy ou oxy) alguma vez na vida foi avaliada. Os dados foram submetidos à análise descritiva e regressão de Poisson para estimativa de razões de prevalência brutas e ajustadas. Resultados: O uso na vida de drogas ilícitas foi relatado por 9,0% dos escolares, foi mais prevalente entre as meninas e relacionado ao uso de álcool e tabaco, à atividade sexual e também à percepção de solidão, pouco vínculo/responsabilização entre escola e pais e vivências de agressões no ambiente familiar. O desfecho esteve inversamente associado ao contato próximo e à supervisão dos pais. O desfecho também foi mais prevalente entre escolares com maior escolaridade materna e inserção no mercado de trabalho e entre jovens de escolas públicas. Discussão: A prevalência do uso na vida de drogas ilícitas mantém-se estável entre as edições da PeNSE, mas em 2015 o comportamento predominou entre as meninas, ainda associado às mesmas condições de estudos anteriores. Conclusão: Família e escola se expressam de modo protetor, especialmente quando há supervisão e cuidados diretos. É preciso estar igualmente atento a meninas e meninos com relação a esse tema.
ABSTRACT: Introduction: The use of illicit drugs is a public health concern. This paper describes the prevalence and factors associated with the use of illicit drugs throughout life among 9th grade students attending public and private schools in daylight period in Brazil. Method: Data from the Brazilian Adolescent School-based Health Survey (PeNSE) were analyzed. Use of illicit drugs at some point in life was assessed considering marijuana, cocaine, crack, solvent-based glue, ether-based inhalants, ecstasy, and oxy. Data were analized descriptively and by the Poisson’s regression model. Results: The use of illicit drugs at least once in life was reported by 9,0% of participants, being more prevalent among girls and associated with alcohol or tobacco use, active sexual life, feeling of loneliness, little or no contact between school and parents, and the experience of familial aggressions. The outcome was inversely associated with close contact with parents and their supervision. Prevalence was higher among participants whose mothers had higher educational levels and had, who had a payed job, and who attended public schools. Discussion: The prevalence of lifetime use of illicit drugs was stable when the three PeNSE samples were compared, but it resulted more common among girls in 2015 for the first time and was associated with the same conditions found in prior studies. Conclusion: Family and school appear to be protective factors, especially when there is direct supervision and care. It is important that both girls and boys are given the same attention when it comes to this this subject.