Resumo O caráter endêmico das infecções urinárias (IU) em porcas faz com que seja rotina o uso de terapias antimicrobianas coletivas via ração, as quais geram subdoses que não promovem a cura e contribuem para a seleção de bactérias resistentes aos antibióticos. O uso de terapia individual é procedimento mais adequado a ser realizado nos animais com IU. Com este estudo objetivou-se avaliar a ocorrência de IU em matrizes alojadas na região Oeste do Paraná e a eficácia e custo-benefício do tratamento individual. Foram selecionadas 353 fêmeas, de cinco rebanhos distintos, submetidas à coleta de urina no terço final da gestação pelo método de micção espontânea. As amostras foram analisadas física e quimicamente com o uso de tiras reagentes, sendo que a presença de nitrito foi determinante de positividade para IU. Os animais com IU tiveram a urina submetida a avaliação bacteriológica, foram tratados com medicação parenteral (marbofloxacina - dose única - 8 mg/kg) e submetidos a nova coleta de urina 24h, 48h e sete dias após a primeira. IU foi observada em 4,53% das fêmeas avaliadas (16/353). Escherichia coli e Stretococcus sp. foram os agentes isolados com maior frequência. Sete dias após o uso da marbofloxacina 87,5% (14/16) dos animais foram negativos para IU, o que demonstra a eficácia do controle parenteral da IU. O diagnóstico associado à terapia individual em detrimento da medicação coletiva apresentou custo-benefício altamente vantajoso, possibilitou reduzir drasticamente o número de animais medicados e apresentou eficiência no controle da IU. Desta forma se conclui que é possível fazer uso racional de antibióticos mediante o tratamento apenas de porcas comprovadamente positivas para IU. Isto reduz o número de animais medicados desnecessariamente e reduz o custo em função do uso de antimicrobianos apenas em animais enfermos.
Abstract The endemic character of urinary infections (UI) in sows makes collective antimicrobial therapies via feed a routine. This, however, generates sub-doses unable to heal and contribute to the selection of antibiotic-resistant bacteria. The use of individual therapy is the most appropriate procedure to be performed on animals with UI. With this study, we aimed to evaluate the occurrence of UI in sows housed in the western region of Paraná and the efficacy and cost-benefit of individual treatment. A total of 353 females were selected from five different herds, submitted to urine collection in the final third of pregnancy by spontaneous urination method. The samples were analyzed physically and chemically with the use of reagent strips, and the presence of nitrite was a determinant for positivity for UI. The animals with UI had urine submitted to a bacteriological evaluation, were treated with parenteral medication (marbofloxacin - single dose - 8 mg/kg), and submitted to a new urine collection 24h and 48h after the first. UI was observed in 4.53% of the females evaluated (16/353). Escherichia coli and Streptococcus sp. were the most frequently isolated agents. Seven days after the use of marbofloxacin 87.5% (14/16) of the animals were negative for UI, which demonstrates the efficacy of UI parenteral control. The diagnosis associated with individual therapy at the expense of collective medication was highly cost-effective, made it possible to drastically reduce the number of medicated animals, and was efficient in controlling UI. Thus, it is concluded that it is possible to make rational use of antibiotics by treating only sows that are proven to be positive for UI. This reduces the number of unnecessarily medicated animals and reduces the cost due to the use of antimicrobials only in sick animals.