OBJETIVOS: Avaliar as condutas médicas adotadas durante o morrer de pacientes que foram a óbito no HU/UFSC. Comparar essas condutas e o perfil epidemiológico dos que morreram na unidade de terapia intensiva (UTI) com o dos que morreram nas enfermarias de clínica médica (ECM) ou cirúrgicas (ECC). MÉTODOS: Estudo retrospectivo e observacional, onde foram anotados os dados demográficos, clínicos e terapêuticos dos pacientes adultos que morreram nas enfermarias e na unidade de terapia intensiva do HU/UFSC, no período de julho/2004 a dezembro/2008. Para análise estatística foram utilizados os testes: t Student, χ2 e ANOVA (significante p<0.05). RESULTADOS: Foram analisadas 1124 mortes: 404 ocorreram na UTI, 607 na ECM e 113 na ECC. A taxa de mortalidade hospitalar foi 5,9% (UTI=24,5%, ECM=7,2%, ECC=1,69%). A idade média dos doentes foi: UTI=56,7, ECM=69,3 e ECC=70,4 anos (p<0,01). A recusa/suspensão de terapêutica precedeu 30,7% dos óbitos na unidade de terapia intensiva e 10,0% nas enfermarias (p<0,01). Não houve reanimação cardiorrespiratória em 65% dos casos na UTI, 79% na ECM e 62% na ECC. Excluindo-se reanimação cardiorrespiratória, a recusa/suspensão de terapêutica mais freqüente na unidade de terapia intensiva foi droga vasoativa; já nas enfermarias foi a não internação na unidade de terapia intensiva. Ordem de não reanimar foi documentada em 2,4% dos casos na UTI e em 2,6% na ECM. Condutas paliativas e de conforto foram prestados a 2,0% dos pacientes na UTI, 11,5% na ECM e 8,0% na ECC. A terminalidade da doença foi reconhecida em 40,0% dos casos na UTI, 34,6% na ECM e 16,8% na ECC. CONCLUSÕES: O perfil dos pacientes que morreram e as condutas médicas adotadas durante o processo de morrer foram diferentes nas enfermarias clínicas, cirúrgicas e na unidade de terapia intensiva.
OBJECTIVES: To evaluate the medical decisions at end-of-life of patients admitted at HU/UFSC and to compare these decisions and the profile of patients who died in the intensive care unit (ICU) to those who died in medical (MW) and surgical wards (SW). METHODS: This is a retrospective and observational study. Demographic data, clinical features, treatment and the end-of-life care decisions of adult patients who died in wards and the intensive care unit of HU/UFSC from July/2004 to December/2008 were analyzed . For statistical analysis the Student's t, χ2 and ANOVA tests were used: (significance p <0.05). RESULTS: An analysis was made of 1124 deaths: 404 occurred in ICU, 607 in MW and 113 in SW. The overall hospital mortality rate was 5.9% (ICU=24.49%, MW=7.2%, SW=1.69%). Mean ages of patients were: ICU=56.7, MW=69.3 and SW=70.4 years (p <0.01). Withholding/withdrawing life support was performed prior to 30.7% of deaths in the intensive care unit and 10% in the wards (p <0.01). Cardiopulmonary resuscitation was not carried out in 65% of cases in ICU, 79% in MW and 62% in SW. Besides cardiopulmonary resuscitation, the more frequent withholding/withdrawing life support in the intensive care unit were vasoactive drugs and in the wards refusal of admission to intensive care unit . Do-not-resuscitate order was documented in 2.4% of cases in ICU and 2.6% in MW. Palliative and comfort care were provided to 2% of patients in ICU, 11.5% in MW and 8% in SW. Terminality of the disease was recognized in 40% of cases in ICU, 34.6% in MW and 16.8% in SW. CONCLUSIONS: The profile of patients who died and medical decisions during the end-of-life process were different in the intensive care unit, clinical and surgical wards.