OBJETIVO: Avaliar estratégia de titulação para prescrever uma dose de propranolol que seria eficiente em reduzir isquemia do miocárdio em idosos. MÉTODOS: Foram estudados 14 homens idosos (73,6 ± 5,3 anos), portadores de doença coronariana estável, documentada pela cinecoronariografia, com resposta isquêmica ao teste ergométrico e função ventricular esquerda preservada. O propranolol foi titulado a fim de atingir redução de 15% na freqüência cardíaca, ao final da carga de 50 W (correspondente às atividades diárias normais de idosos), em testes ergométricos semanais e feito estudo cintilográfico sincronizado das câmaras cardíacas, em repouso e durante exercício, antes e após seu uso. RESULTADOS: As reduções da freqüência cardíaca na carga de 50 W e em repouso foram semelhantes (21% vs 20%; p=0,5100). O propranolol melhorou a duração do exercício (12,2 ± 2,0 min vs 13,1 ± 1,8 min; p=0,0313) e aboliu as alterações do segmento ST induzidas pelo exercício em 8 (57%) pacientes. Em repouso, a fração de ejeção não foi modificada pelo betabloqueador. Durante o exercício máximo, o propranolol reduziu o índice de volume sistólico final e aumentou a fração de ejeção. CONCLUSÃO: A estratégia de empregar betabloqueadores para reduzir a freqüência cardíaca em 15% na carga de 50 W é segura e benéfica nos idosos com isquemia miocárdica e função ventricular preservada. A dose utilizada reduziu a isquemia miocárdica e melhorou a tolerância ao exercício, sem prejudicar o desempenho ventricular durante exercício máximo.
OBJECTIVE: To assess the strategy of titration for prescribing an efficient dosage of propranolol to reduce myocardial ischemia in the elderly. METHODS: The study comprised 14 elderly men (73.6 ± 5.3 years) with stable coronary heart disease documented on coronary cineangiography, ischemic response to exercise testing, and preserved left ventricular function. Titration was performed to identify the dosage of propranolol that would cause a 15% reduction in heart rate at the end of a 50 W load (corresponding to normal daily activities in the elderly) in weekly exercise tests. Synchronous scintigraphic study of the cardiac chambers was performed at rest and during exercise prior to and after propranolol use. RESULTS: The reductions in heart rate with the 50 W load and at rest were similar (21% vs 20%; P=0.5100). Propranolol improved the duration of exercise (12.2 ± 2.0 min vs 13.1 ± 1.8 min; P=0.0313) and abolished the changes in the ST segment induced by exercise in 8 (57%) patients. At rest, the ejection fraction was not modified by the beta-blocker. During maximum exercise, propranolol reduced the end-systolic volume index and increased ejection fraction. CONCLUSION: The strategy of using beta-blockers to reduce heart rate by 15% with a 50 W load is safe and beneficial in the elderly patient with myocardial ischemia and preserved ventricular function. The dose of beta-blocker used reduced myocardial ischemia and improved tolerance to exercise without hampering ventricular performance during maximum exercise.