A obesidade é um grave problema de saúde pública, com prevalência crescente em níveis epidêmicos. Tratamento farmacológico é uma das abordagens terapêuticas, mas deve ser precedido de mudança de hábitos alimentares e prática regular de atividades físicas. Há preocupação com o uso não racional de medicamentos anorexígenos, independente da condição de doença. O estudo avaliou as dispensações destes psicotrópicos realizadas em 2009, Juiz de Fora, MG. Realizou-se a pesquisa em boletins de consumo, enviados mensalmente à VISA municipal, e em registros obtidos no SNGPC. De 7.759 notificações pesquisadas, 93,3% foram dispensadas por farmácias magistrais e 6,7% por drogarias. Daquele total, 55,4% foram de anfepramona, 33,1% de femproporex e 11,5% de mazindol. Com base em relatório da Anvisa, as três substâncias apresentaram consumo maior no município (DDD/mil hab/ano) do que no país como um todo, para o mesmo período. O profissional com maior número de receitas aviadas teve 3.535 dispensações. Todas foram dispensadas em farmácias, sendo 99,5% em um único estabelecimento. O cenário mostra a dispensação de anorexígenos como problema relevante de saúde coletiva e indica a necessidade de reavaliação dos critérios de monitoramento de sua prescrição, dispensação e consumo.
Obesity is a serious public health issue of epidemic proportions. Although drug therapy is one of the therapeutic approaches, it should be preceded by a change in eating habits along with regular exercise. This study assessed prescription of such drugs in 2009, in Juiz de Fora, Minas Gerais, Brazil. Data were collected from consumption bulletins sent monthly to the municipal sanitary surveillance agency (VISA), and from the Brazilian National Management System of Controlled Products. Of the 7,759 notifications assessed, 93.3% were dispensed by prescription pharmacies and 6.7% by drugstores. Of that total, 55.4% were for amphepramone, 33.1% for femproporex, and 11.5% for mazindol. The three drugs had a larger consumption rate in the municipality (daily defined dose/1,000 inhabitants/day) than in the country as a whole, during the period under study. The professional with the highest prescription rate was responsible for 3,535 prescriptions. All of these were dispensed by prescription pharmacies, a single outlet being responsible for 99.5% of these prescriptions. This scenario shows that anorectic psychotropic drug prescription is a relevant public health issue and the criteria for monitoring the prescription and consumption of these drugs should be re-evaluated.