A craniectomia descompressiva (CD) é amplamente utilizada para tratar a hipertensão intracraniana após trauma craniencefálico (TC) ou doença cerebrovascular. Vários estudos discutem as complicações deste procedimento, sendo a hidrocefalia uma das complicações mais frequentes. Fizemos uma revisão da literatura para avaliar a relação entre a CD e a hidrocefalia. Podem ocorrer numerosas complicações após a CD, incluindo aumento de volume por contusão ou hematoma, epilepsia e herniação do cortex cerebral através do acesso ósseo. Fístulas liquóricas através a incisão no couro cabeludo, infecções, hematomas subdurais, hidrocefalia e a “síndrome pós-trepanação”. Foram identificados vários fatores preditivos de hidrocefalia: a distância da CD em relação à linha média, a ocorrência de higroma, a idade, a gravidade da lesão, a hemorragia subaracnóidea ou intraventricular, o tempo decorrido até a craniectomia, as reoperações e o uso de plástica com dura-máter. Entretanto, há divergências entre os autores e o impacto da CD na hidrocefalia continua controvertido.
Decompressive craniectomy (DC) is widely used to treat intracranial hypertension following traumatic brain injury (TBI) or cerebral vascular disease. Many studies have discussed complications of this procedure, and hydrocephalus is a common complication of DC. To further evaluate the relationship between DC and hydrocephalus, a review of the literature was performed. Numerous complications may arise after DC, including contusion or hematoma expansion, epilepsy, herniation of the cortex through a bone defect, CSF leakage through the scalp incision, infection, subdural effusion, hydrocephalus and “syndrome of the trephined”. Several hydrocephalus predictors were identified; these included DC, distance from the midline, hygroma, age, injury severity, subarachnoid or intraventricular hemorrhage, delayed time to craniotomy, repeated operation, and duraplasity. However, results differed among studies. The impact of DC on hydrocephalus remains controversial.