A melhor ferramenta para comparação fisiológica entre organismos diferentes é a taxa metabólica basal, inter-relação fundamental que existe entre todos os seres vivos. Mensurações diretas das concentrações de oxigênio e dióxido de carbono, pela análise do ar inspirado e expirado, podem ser usadas para a mensuração de taxa metabólica. Este trabalho foi executado com o propósito de aferir as taxas metabólicas basal e específica, e reexaminar o escalonamento do metabolismo basal em cutias (Dasyprocta azarae). Foram utilizadas 34 cutias (D. azarae) adultas sadias, sendo 9 machos não castrados, 9 machos castrados e 16 fêmeas, pertencentes ao plantel do Criadouro Científico do Museu de História Natural Capão da Imbuia, Curitiba, PR. Os animais passaram por jejum prévio de 6 horas e foram acondicionados em caixas especiais, com temperatura ambiente controlada (22,0±1,0ºC), sendo então submetidos à aferição da taxa metabólica basal, por calorimetria indireta. Empregou-se o monitor metabólico Deltatrac®II, (Datex Ohmeda, Finlândia) usualmente indicado para a mensuração da produção de dióxido de carbono (VCO2) e do consumo de oxigênio (VO2) em seres humanos, por meio da mensuração das variações na concentração de VCO2 e de VO2, com uma precisão de 0,01%. Após a aferição da taxa metabólica basal, foi calculada a taxa metabólica específica, e efetuada a análise dos dados por estatística indutiva. Os testes de hipóteses para comparação entre amostras indicaram que a taxa metabólica específica de machos não castrados é maior que a de fêmeas e machos castrados (5% de significância), e que a taxa metabólica específica de fêmeas e machos castrados é equivalente (1% de significância). Constatou-se ainda, com a análise da correlação de pontos experimentais, que outra variável que não o tamanho corporal afeta a taxa metabólica dos machos não castrados (1% de significância), o que indica a necessidade de novos estudos sobre o metabolismo de Dasyprocta azarae, sugerindo-se a realização de aferição da taxa metabólica basal e aferição simultânea da concentração sérica de testosterona, estradiol e cortisol para os três grupos.
The best way to compare different organisms is the basal metabolic rate, a fundamental interrelation existent among all living beings. Direct measures of oxygen and carbon dioxide concentrations by evaluation of inspired and expired air can be used to measure metabolic rate. So, this research was done in order to measure basal and specific metabolic rates in agoutis (Dasyprocta azarae), and reexamine the scaling of basal metabolism in this species. There were used 34 adult healthy agoutis (9 non-castrated males, 9 castrated males, and 16 females), that belong to the wild animal scientific breeding facility of the Natural History Museum of the Curitiba city, State of Paraná, Brazil. After a six-hour fasting the animals were placed in special boxes under controlled temperature (22.0±1.0ºC), and submitted to measuring of the basal metabolic rate, by indirect calorimetry. It was used the Deltatrac®II metabolic monitor, usually indicated to measure carbon dioxide production (VCO2) and oxygen consumption (VO2) in human beings, by measuring variations in the concentration of VCO2 and of VO2, with a precision of 0.01%. The specific metabolic rate was calculated after determination of the basal metabolic rate and the obtained data were analyzed by inductive statistics. The hypotheses tests for comparison among samples indicated that the specific metabolic rate is higher in non-castrated males than in females and castrated males (significance of 5%), and that the specific metabolic rate of females and castrated males are equivalent (significance of 1%). In addition, analysis of the correlation of experimental points indicates that another variable beyond body size affects the metabolic rate of non-castrated males (significance of 1%), and therefore new studies on the metabolism of Dasyprocta azarae are required.