No presente estudo, avaliamos a importância clínico-epidemiológica da genotipagem do VHC em 130 pacientes com diagnóstico histológico de hepatite crônica C e sua influência na resposta terapêutica sustentada. Não se observou associação entre os genótipos e os aspectos clínico-epidemiológicos como sexo, idade, vias de transmissão, presença ou não de cirrose e tempo de infecção. Dos 130 pacientes, 113 foram submetidos a tratamento com interferon-<FONT FACE="Symbol">a</FONT>-recombinante durante um período médio de 12 meses. A resposta completa, avaliada pela viremia e dosagem da ALT no término do tratamento, foi significativamente melhor nos portadores dos genótipos 2 (100%) e 3 (46%) do que nos portadores do tipo 1 (29%) (p < 0,005). Observou-se também diferença significativa quando se analisou a resposta completa entre os subtipos 1b e 2 (p < 0,005) e 1b e 3a (p < 0,05). A resposta sustentada (viremia negativa e/ou normalização da ALT ao sexto mês de monitoração pós tratamento) para os portadores dos genótipos 1a, 1b, 3a e 2 foi de 12%, 13%, 19% e 40%, respectivamente; houve diferença significativa entre os genótipos 1b e 2 (p < 0,001) e 1b e 3a (p < 0,05). Além disso, observou-se associação entre presença de cirrose e não resposta e resposta com recaída (p < 0,05). Portanto, o genótipo diferente de 1 e ausência de cirrose foram os únicos fatores que apresentaram associação à resposta terapêutica sustentada. Este estudo mostrou a importância da genotipagem na susceptibilidade ao tratamento da infecção crônica pelo VHC.
The present study assessed the clinical significance of hepatitis C virus (HCV) genotypes and their influence on response to long term recombinant-interferon-alpha (r-IFN-<FONT FACE="Symbol">a</FONT>) therapy in Brazilian patients. One hundred and thirty samples from patients previously genotyped for the HCV and with histologically confirmed chronic hepatitis C (CH-C) were evaluated for clinical and epidemiological parameters (sex, age, time of HCV infection and transmission routes). No difference in disease activity, sex, age or mode and time of transmission were seen among patients infected with HCV types 1, 2 or 3. One hundred and thirteen of them were treated with 3 million units of r-IFN-<FONT FACE="Symbol">a</FONT>, 3 times a week for 12 months. Initial response (IR) was significantly better in patients with genotype 2 (100%) and 3 (46%) infections than in patients with genotype 1 (29%) (p < 0.005). Among subtypes, difference in IR was observed between 1b and 2 (p < 0.005), and between 1b and 3a (p < 0.05). Sustained response (SR) was observed in 12% for (sub)type 1a, 13% for 1b, 19% for 3a, and 40% for type 2; significant differences were found between 1b and 2 (p < 0.001), and between 1b and 3a (p < 0.05). Moreover, presence of cirrhosis was significantly associated with non response and response with relapse (p < 0.05). In conclusion, non-1 HCV genotype and lack of histological diagnosis of cirrhosis were the only baseline features associated with sustained response to treatment. These data indicate that HCV genotyping may have prognostic relevance in the responsiveness to r-IFN-<FONT FACE="Symbol">a</FONT> therapy in Brazilian patients with chronic HCV infection, as seen in other reports worldwide.