A citomegalovirose é das infecções congênitas mais prevalentes, acometendo de 0,4% a 2,3% dos nascidos vivos. A maioria dos recém-nascidos (RN) infectados é assintomática, mas até 10% desenvolvem seqüelas variadas, principalmente neurossensoriais. Objetivamos determinar a prevalência do CMV na urina de RN através da PCR, correlacionando-a a alguns achados perinatais. Analisamos amostras de urina colhidas na 1ª semana de vida de 292 RN do HC-UFMG, todos internados na unidade neonatal de alto risco. DNA viral foi amplificado segundo protocolo de PCR. Os dados perinatais foram colhidos retrospectivamente de registros médicos. Na população estudada, 20 dos 292 casos (6,8%) mostraram positividade para o DNA-CMV. Não houve diferença estatisticamente significante entre os RN com e os sem infecção congênita pelo CMV quanto a peso ao nascer (p=0,11), idade gestacional (p=0,11), índice de Apgar no 1º e 5º minutos (p=0,99 e 0,16), idade da mãe (p=0,67) e história gestacional materna. Também não se observou associação da infecção congênita pelo CMV com baixo peso ao nascer (p=0,13) ou sexo do RN (p=0,55). A alta prevalência da infecção congênita neste estudo (6,8%) pode ser devida à elevada sensibilidade da PCR, ao baixo nível sócio-econômico da população estudada ou às características clínicas mais graves desses RN.
Cytomegalovirus (CMV) infection is the most common congenital infection, affecting 0.4% to 2.3% newborns. Most of them are asymptomatic at birth, but later 10% develop handicaps, mainly neurological disturbances. Our aim was to determine the prevalence of CMV shed in urine of newborns from a neonatal intensive care unit using the polymerase chain reaction (PCR) and correlate positive cases to some perinatal aspects. Urine samples obtained at first week of life were processed according to a PCR protocol. Perinatal data were collected retrospectively from medical records. Twenty of the 292 cases (6.8%) were CMV-DNA positive. There was no statistical difference between newborns with and without CMV congenital infection concerning birth weight (p=0.11), gestational age (p=0.11), Apgar scores in the first and fifth minutes of life (p=0.99 and 0.16), mother's age (p=0.67) and gestational history. Moreover, CMV congenital infection was neither related to gender (p=0.55) nor to low weight (<2,500g) at birth (p=0.13). This high prevalence of CMV congenital infection (6.8%) could be due to the high sensitivity of PCR technique, the low socioeconomic level of studied population or the severe clinical status of these newborns.