RACIONAL: O uso dos grampeadores circulares no tratamento da doença hemorroidária é tido como simples, de baixa morbidade e pouca dor pós-operatória, associado à eficácia semelhante ao da hemorroidectomia clássica. OBJETIVO: Análise da técnica operatória, as complicações transoperatórias, pós-operatórias imediatas e os resultados tardios de 100 pacientes tratados de doença hemorroidária pela técnica de grampeamento. PACIENTES E MÉTODOS: Foram operados 53 homens e 47 mulheres com idade média de 49,8 anos, no período de junho de 2000 a junho de 2002 no Hospital Universitário da Universidade de São Paulo e no Hospital Sírio Libanês, São Paulo, SP. RESULTADOS: A maioria dos pacientes teve alta hospitalar no 1º dia do pós-operatório. Oito pacientes receberam analgesia complementar com diclofenaco sódico intramuscular e quatro doentes receberam tramadol intramuscular. Como complicação transoperatória houve um sangramento de difícil controle, sendo necessária transfusão sangüínea. Um paciente foi reoperado no primeiro pós-operatório por apresentar sangramento intermitente e persistente, porém sem alterações hemodinâmicas ou queda do hematócrito. Dois pacientes apresentaram trombose hemorroidária nos primeiros dias após a cirurgia. No seguimento pós-operatório encontraram-se: - recidiva do prolapso: cinco casos (5%); - sub-estenose anal: dois casos (2%); - fissura anal: um caso (1%); - dor persistente: dois casos (2%). Foram realizadas sete reoperações: uma por sangramento, uma por subestenose e cinco por recidiva do prolapso hemorroidário e persistência dos sintomas. CONCLUSÃO: A técnica de grampeamento é de fácil execução, apresenta pouca dor pós-operatória e baixo número de complicações, porém a incidência de reoperações tardias não é pequena e necessita de período de acompanhamento maior para melhor avaliação.
BACKGROUND: The use of circular staplers in the treatment of hemorrhoidal disease is known as a simple procedure, with low morbidity, less post-treatment pain and with the same efficacy when compared to the classical hemorrhoidectomy. AIM: Analyze the operative technique, intra-operative and immediate postoperative complications and late results in 100 patients treated for hemorrhoid disease by stapling technique. PATIENTS AND METHODS: The group included 53 males and 47 females with mean age of 49.8 years, operated during the period June 2000 to June 2002 in the "Hospital Universitário" (São Paulo University Hospital) and "Hospital Sírio Libanês", in São Paulo, SP, Brazil. RESULTS: The majority of patients (78%) were discharged on the first post-operative day. Eight patients required supplementary analgesia and were given intramuscular diclofenac sodium and four of them received intramuscular tramadol. One intraoperative complication was bleeding which was difficult to control and required a blood transfusion. One patient was reoperated on the first postoperative day due to intermittent and persistent bleeding, however without hemodynamic changes or a drop in hematocrit. Two patients presented hemorrhoidal thrombosis in the early postoperative stage. The postoperative follow-up displayed: recurrence of prolapse, five cases (5%); anal sub-stenosis, two cases (2%); anal fissure, one case (1%); persistent pain, two cases (2%). Seven reoperations were performed: one due to bleeding, one due to sub-stenosis and five due to recurrence of hemorrhoidal prolapse and persistence of symptoms. CONCLUSIONS: Stapling is simple to accomplish, has low postoperative pain and rate of complications, however, the incidence of late reoperations is rather high and therefore major follow-up for better analysis is required.