TEMA: co-ocorrência de problemas de linguagem oral e enurese em crianças. OBJETIVO: Identificar e analisar possíveis relações entre problemas da linguagem oral e enurese em crianças. MÉTODO: pesquisa clínico-quanti-qualitativa de caráter descritivo/interpretativo apresentada em duas situações distintas. A "situação 1" refere-se a um grupo de 120 crianças, entre 3:0 e 10:0 anos, independente das variáveis sexo e idade, que frequentam uma Instituição da Grande São Paulo. A "situação 2" refere-se especificamente à avaliação de crianças que apresentam a co-ocorrência de problemas de linguagem oral e enurese. RESULTADOS: os resultados apontaram que, comparativamente, as crianças enuréticas tendem a ter mais problemas de linguagem oral que as não enuréticas, especialmente desvios fonológicos e o fato de falarem pouco. Tais resultados corroboram os estudos sobre a co-ocorrência de enurese e problemas de linguagem oral, apresentados em trabalhos que atribuem etiologia bio-psíquica a essa co-morbidade. CONCLUSÃO: os resultados indicaram relação entre enurese e problemas de linguagem oral. Considerando-se os efeitos recíprocos entre linguagem, corpo e psiquismo, sugere-se que os fonoaudiólogos que se ocupam dos problemas de linguagem em crianças também investiguem a aquisição do seu controle esfincteriano vesical, numa abordagem bio-psíquica.
BACKGROUND: co-occurrence of oral language disorders and enuresis in children. AIM: to identify and analyze the relationship between instances of oral language disorders and enuresis in children. METHOD: clinical, quantitative and qualitative study, with a descriptive/interpretative outline, presented through two distinct situations. "Situation 1" refers to a group of 120 children between 3:0 and 10:0 years old, independently of gender and age, from a philanthropic Institution in Greater São Paulo. "Situation 2" refers specifically to the evaluation of children who have oral language disorders and enuresis. RESULTS: results indicated that enuretic children present a higher percentage of oral language disorders when compared to non-enuretic children, especially phonological disorders and talking very little. These results support the studies on co-occurrence of enuresis and oral language disorders, presented in papers that attribute a bio-psychic etiology to this co-morbidity. CONCLUSION: results indicated a relationship between enuresis and oral language disorders. Considering the interactions among language, body and psyche, it is suggested that speech therapists, when dealing with oral language disorders in children, also investigate the acquisition of their bladder sphincter control, in a bio-psychical approach.