Resumo Introdução A mortalidade por tuberculose é um indicador sensível às desigualdades em saúde, considerando-se que o risco para sua ocorrência está relacionado à vulnerabilidade dos territórios. Objetivo Investigar se as variações espaciais dos determinantes sociais afetam as mortes por tuberculose em um município da região amazônica. Método Estudo ecológico com medidas múltiplas de análise, composto por óbitos por tuberculose como causa básica em Manaus, Amazonas, Brasil, notificados no Sistema de Informação sobre Mortalidade (2006-2015). Nas análises, foram calculadas as taxas bruta e padronizada, e usado o Índice de Moran para verificar a autocorrelação espacial da mortalidade e, posteriormente, foi aplicada a regressão geograficamente ponderada para aferir a relação da desigualdade com as mortes por tuberculose. Resultados Foram identificados 731 óbitos pela doença. A distribuição da mortalidade ocorreu de forma heterogênea, sendo que as altas taxas de óbito por tuberculose estavam em áreas mais socialmente vulneráveis. Foram confirmadas a autocorrelação e a dependência espacial. O modelo final apresentou as variáveis indicadoras de iniquidades (baixa renda, pobreza e escolaridade), mostrando relação destas com a mortalidade. Conclusão Ficou evidente que os determinantes sociais no espaço urbano influenciam a mortalidade por tuberculose na região. Portanto, avançar em políticas públicas para corrigir as iniquidades em saúde pode influenciar positivamente esse cenário.
Abstract Background Mortality from tuberculosis is a sensitive indicator of health inequalities, given that the risk for its occurrence is related to the vulnerability of the territories. Objective To investigate whether the spatial variations of social determinants affect deaths from tuberculosis in a municipality in the Amazon region. Method Ecological study with multiple measures of analysis. The study was composed of deaths from tuberculosis as a basic cause in Manaus, Amazonas, Brazil, reported in the Brazilian Mortality Information System (2006-2015). In the analyzes, the crude and standardized rate was calculated, Moran Index was used to verify the spatial autocorrelation of mortality, and subsequently, the geographically weighted regression was applied to assess the inequality relationship of deaths from tuberculosis. Results 731 deaths from the disease were identified. The distribution of mortality was heterogeneous, with high rates of death from tuberculosis in more socially vulnerable areas. The autocorrelation and spatial dependence was confirmed. The final model presented variables that indicate inequities: low income, poverty and education, showing their relationship with mortality. Conclusion It was evident that social determinants in the urban space influence mortality from tuberculosis in the region. Therefore, advancing public policies to correct health inequities can positively impact this scenario.