O artigo destaca as seguintes questões: primeiro, que indagações, saberes, culturas e valores têm trazido a diversidade de movimentos sociais; segundo, como incorporá-los na elaboração de currículos de formação de docentes-educadores/as e na elaboração de currículos de educação básica nas escolas das populações do campo, indígenas, quilombolas, das florestas. Dois pressupostos orientam a análise: a educação do campo, indígena, quilombola, não se efetivará enquanto os educadores/as não a efetivarem em sua formação, em suas práticas pedagógicas nas escolas. Esta não se efetivará enquanto não se avançar na construção de currículos que traduzam as concepções, os conhecimentos, as culturas e valores de que são produtores e sujeitos os movimentos sociais. O texto destaca as seguintes dimensões trazidas pelos movimentos sociais para a elaboração de outros currículos: que sejam abertos à consciência de mudança; que fortaleçam a especificidade do direito à educação dos trabalhadores do campo, indígenas, quilombolas; que garantam seu direito aos conhecimentos produzidos pela diversidade de movimentos sociais na diversidade de formas de produção, trabalho e resistências; currículos que reconheçam e fortaleçam a diversidade de culturas, memórias, identidades e universos simbólicos dos educandos; que garantam, ainda, o saber de si como sujeitos produtores de conhecimentos, culturas, valores e história; que coloquem em diálogos horizontais esses saberes com o conhecimento produzido pela humanidade.
The article highlights the following issues: firstly, what questions, knowledge, cultures and values have brought about the diversity of social movements; and secondly, how to incorporate them into the design of training curricula for teachers-educators and in the curricula of basic education development in the schools of rural, indigenous, maroon and forest populations. Two assumptions guide the analysis: the first being that rural, indigenous and maroon education shall not become effective until educators actualise it in their training and in their teaching practices in schools. The second being that this shall not become effective until there is a move forward in building curricula that reflect the concepts, knowledge, cultures and values that the social movements produce, also becoming their subjects. The text highlights the following dimensions brought about by social movements which can be used to develop other curricula: being open to consciousness change that strengthens the specificity of the right to education of rural workers, indigenous peoples, maroons; guaranteeing their right to the knowledge produced by the diversity of social movements in diverse forms of production, labour and resistance; developing curricula that recognizes and strengthens the diversity of cultures, memories, identities and symbolic universes of learners; ensuring that they also get to know themselves as subjects who produce knowledge, cultures, values and history; Putting this knowledge into horizontal dialogues with the knowledge produced by humanity.