RESUMO Objetivos Avaliar a qualidade da consultoria em saúde mental nos centros de atenção primária à saúde e possível relação com a taxa de internação psiquiátrica. Métodos Um estudo de delineamento transversal ecológico foi conduzido em nível nacional em 502 centros de atenção primária à saúde (87,3% do número total no país) em 275 municípios no Chile em 2009. A prática de consultoria em saúde mental foi caracterizada de acordo com quatro critérios: disponibilidade, frequência, continuidade dos participantes e continuidade nos níveis de atenção. Também foi criada uma variável dicotômica, denominada “consultoria ideal”, quando os quatro critérios eram satisfeitos. Foi usado um modelo de regressão de quase-Poisson para estimar a taxa de internação por diferentes transtornos psiquiátricos, ajustada segundo as características da população. Resultados Ao todo, 28,3% dos centros de atenção primária à saúde tiveram uma prática de consultoria ideal no ano anterior, concentrada nos municípios pertencentes aos quartis mais pobre e mais rico. A continuidade da atenção foi o critério satisfeito com menor frequência (38,3%). A prática de consultoria ideal ao nível de município foi associada a um número menor de altas psiquiátricas, com as seguintes razões de taxas de incidência e intervalos de confiança de 95% (IC 95%): 0,65 para esquizofrenia (IC 95% 0.49–0.85); 0,68 para outras psicoses (IC 95% 0.52–0.89) e 0,66 para transtornos de personalidade (IC 95% 0.49–0.89). Os municípios com prática de consultoria ideal tiveram 2,44 menos altas psiquiátricas por 10 mil habitantes, embora não seja estatisticamente significativo (–0.85 a 5,70). Conclusões O estudo de uma amostra representativa da população nacional revelou que a consultoria em saúde mental na atenção primária esteve associada a um número menor de internações psiquiátricas. Outros estudos são necessários para entender o papel de cada componente da consultoria em saúde mental.
ABSTRACT Objectives To assess the quality of consultation liaison across all primary health care centers in Chile, and its potential relationship with the psychiatric hospitalization rate. Methods We carried out a countrywide ecological cross-sectional study on 502 primary health centers in 275 municipalities (87.3% of total primary health centers in Chile) during 2009. We characterized the presence of consultation liaison using four criteria: availability, frequency, continuity of participants, and continuity across care levels. We also created a dichotomous variable called “optimal consultation liaison” for when all four criteria were met. A quasi-Poisson regression model was used to estimate the rate of hospitalization due to different psychiatric disorders, adjusting by population attributes. Results Of the primary health centers, 28.3% of them had had optimal consultation liaison during the preceding year, concentrated in the poorest and richest municipalities. Continuity of care was the criterion that was met least often (38.3%). The presence of optimal consultation liaison at the municipal level was associated with fewer psychiatric discharges, with the following incidence rate ratios and 95% confidence intervals (CIs): schizophrenia, 0.65 (95% CI: 0.49–0.85); other psychoses, 0.68 (95% CI: 0.52–0.89); and personality disorders, 0.66 (95% CI: 0. 49–0.89). Municipalities with optimal consultation liaison showed 2.44 fewer total psychiatric discharges per 10 000 inhabitants, although without reaching statistical significance (-0.85 to 5.70). Conclusions Using a nationally representative sample, we found that consultation liaison in primary care was associated with having fewer psychiatric hospitalizations. More studies are required to understand the role of each component of consultation liaison.
RESUMEN Objetivos Evaluar la calidad de las consultorías de salud mental en todos los centros de atención primaria de salud en Chile y su posible relación con la tasa de hospitalización psiquiátrica. Métodos Se llevó a cabo un estudio transversal ecológico a nivel nacional sobre los 502 centros de atención primaria de salud en 275 municipios (87,3 % del total de los centros de atención primaria de salud en Chile) durante el 2009. Las consultorías de salud mental se caracterizaron por medio de cuatro criterios: disponibilidad, frecuencia, continuidad de los participantes y continuidad en los distintos niveles de atención. Además, se creó una variable dicótoma llamada “consultoría óptima” para cuando se cumplían los cuatro criterios. Se utilizó un cuasimodelo de regresión de Poisson para calcular la tasa de hospitalización a causa de distintos trastornos psiquiátricos, ajustada por los atributos de la población. Resultados De los centros de atención primaria de salud, el 28,3 % había presentado consultorías óptimas durante el año anterior, concentradas en los municipios más pobres y más ricos. La continuidad de la atención fue el criterio que se cumplió con menos frecuencia (38,3 %). La presencia de consultorías óptimas a nivel municipal estuvo asociada con menos altas médicas psiquiátricas, con la siguiente razón de tasa de incidencia e intervalos de confianza (IC) del 95 %: esquizofrenia, 0,65 (IC del 95%: 0,49–0,85); otras psicosis, 0,68 (IC del 95%: 0,52–0,89); y trastornos de la personalidad, 0,66 (IC del 95%: 0,49–0,89). Los municipios con consultorías óptimas registraron 2,44 menos altas médicas psiquiátricas totales por 10 000 habitantes, aunque sin alcanzar significación estadística (-0,85 a 5,70). Conclusiones Por medio de una muestra representativa a nivel nacional, encontramos que las consultorías de salud mental en centros de atención primaria de salud estaban asociadas con la disminución de hospitalizaciones psiquiátricas. Se requieren más estudios para comprender la función de cada componente de las consultorías de salud mental.