Resumo A partir de duas pesquisas realizadas em comunidades indígenas de Puno, Peru, a uma altitude superior a 3910 metros, entre 2015 e 2017, busca-se compreender as possíveis contribuições do conhecimento tradicional para a elaboração e gestão de políticas públicas relacionadas à biodiversidade e à adaptação às mudanças climáticas. As pesquisas realizadas mostram conhecimentos milenares que fornecem diretrizes estratégicas, as quais devem ser reconhecidas no âmbito das convenções nacionais e políticas públicas específicas de biodiversidade, mudanças climáticas e adaptação. A sistematização de práticas comunitárias em Puno revela conhecimentos tradicionais sobre diferentes problemas, a partir dos quais se derivam práticas milenares de adaptação ligadas a saberes e uma biocultura alimentar sustentável e saudável. As contribuições são essenciais para fornecer conteúdo de gestão de políticas públicas em nível nacional, regional e local. No entanto, as controvérsias em torno do conhecimento científico e do conhecimento tradicional persistem, gerando ceticismo em relação à possibilidade de avançar nos acordos de biodiversidade e, especialmente, nos objetivos de desenvolvimento sustentável projetados para 2030.
Abstract The investigation aimed to identify the contribution of traditional knowledge in the construction and management of public policies for biodiversity conservation and adaptation to climate change. It was based on two studies conducted between 2015 and 2017 in two indigenous rural communities situated above 3,910 meters above sea level in the northern Puno region of Peru. The results have been synthesized to generate a proposal for strategic guidelines for high mountain agriculture with a focus on adaptation to climate change. The identified categories of traditional knowledge encompass: a) soil, b) water, c) plant health, d) measures against hailstorms, e) measures against frost, f) organization and ritual, and g) varieties and mixtures tolerant to climatic extremes. A workspace is the community itself. In the absence of public policies that take into consideration the promotion of traditional knowledge, the community establishes guidelines and actions rooted on traditional knowledge of biodiversity conservation and adaptation to climate change in plans of life aligned with the local worldview, with the aim of escalating to the district level.
Resumen A partir de dos investigaciones en comunidades originarias de Puno, Perú, a más de 3910 m.s.n.m., entre 2015 y 2017, se busca conocer los aportes potenciales del conocimiento tradicional en la construcción y gestión de las políticas públicas sobre biodiversidad y adaptación al cambio climático. Las investigaciones realizadas dan muestras de conocimientos milenarios que dan lineamientos estratégicos, los cuales deben ser reconocidos en el marco de las convenciones nacionales y políticas públicas específicas de biodiversidad, cambio climático y adaptación. La sistematización de prácticas comunitarias en Puno, dan cuenta de conocimientos tradicionales sobre diferentes problemas, a partir de estos, se derivan prácticas milenarias de adaptación ligadas a saberes y una biocultura alimentaria sostenible y saludable. Los aportes son fundamentales para dar contenidos de gestión de las políticas públicas a nivel nacional, regional y local; no obstante, las controversias sobre el conocimiento científico y el conocimiento tradicional persiste, llenando de escepticismo la posibilidad de avanzar en los convenios de biodiversidad y, en particular, en los objetivos de desarrollo sostenible proyectados al 2030.