OBJETIVO: Determinar os fatores de risco para o nascimento de crianças pequenas para a idade gestacional. MÉTODOS: Nos meses de outubro a dezembro de 1996, cinco maternidades de Pelotas, RS, foram visitadas diariamente para entrevistar puérperas. O peso ao nascer foi obtido do registro dos berçários. A idade gestacional foi calculada a partir da data da última menstruação. Considerou-se como pequena para a idade gestacional (PIG) aquelas crianças cujo peso ao nascer, de acordo com o sexo e a idade gestacional, estava abaixo do percentil 10 da população de referência de Williams. O teste qui-quadrado foi usado nas análises bivariadas e a regressão logística, não-condicional, na análise multivariada. RESULTADOS: Foram estudadas 1.082 puérperas e a prevalência de nascimento PIG foi de 13,1%. Mesmo após controle para possíveis fatores de confusão, as crianças cuja renda familiar era <1 salário-mínimo apresentaram uma maior chance de serem PIG (OR: 8,81 IC95% 1,12-69,46) do que aquelas com renda <FONT FACE=Symbol>³</FONT>10 salários-mínimos. Um pré-natal de baixa qualidade também aumentou a chance de PIG (OR: 3,28 IC95% 1,09-9,91). Baixa estatura materna e exposição ao tabaco também estiveram associados com nascimentos PIG. CONCLUSÕES: O baixo nível socioeconômico, tabagismo materno, estatura materna e pré-natal de baixa qualidade foram os principais fatores de risco para PIG.
OBJECTIVE: To assess the risk factors for small-for-gestational-age (SGA) births. METHODS: All live births occurring in the city of Pelotas, Brazil, between October and December 1993 were identified and mothers interviewed soon after delivery. Birthweight was recorded by the maternity staff. Gestational age was obtained from the mothers' ´recall of their date of last menstrual period. SGA was defined as a birthweight below the 10th percentile for gestational age and sex, according to the reference developed by Williams. Chi-square test and logistic regression were used in the crude and multivariate analysis, respectively. RESULTS: In all, 1082 births were identified. The prevalence of SGA was 13.1%. Even after adjusting for possible confounding variables, the odds ratio for SGA among those infants whose family income was <1 minimum wage was 8.81 (95% CI, 1.12-69.46) times higher than among those for infants with a family income <FONT FACE=Symbol>³</FONT>10 minimum wage. An antenatal care of low quality was associated with an odds ratio of 3.28 (95% CI, 1.09-9.91) for SGA. Short maternal stature and maternal smoking during pregnancy were also associated with SGA births. CONCLUSIONS: Low socioeconomic status, maternal smoking during pregnancy, maternal height and an antenatal care of low quality are the main risk factors for SGA births.