RESUMO O objetivo deste artigo é analisar o projeto folclorista de João Simões Lopes Neto (1865-1916), redesenhando suas conexões com movimentos contemporâneos de definição da cultura popular, além de seus contatos com práticas de representação letrada baseadas na cultura campesina dos países vizinhos, Argentina e Uruguai. Metodologicamente, explorarei a materialidade/edição e a economia textual de seu livro Cancioneiro Guasca (1910-1917). É possível concluir que existiu um projeto coletivo de invenção de tradições gaúchas no Rio Grande do Sul da Primeira República, suportado pelas práticas do folclorismo mais amplo, do qual participou o esforço simoniano. Essa variação de identidade gaúcha também observava o projeto castilhista-positivista de modernização conservadora, além de integrar a patrulha nacionalista de suas fronteiras simbólicas.
ABSTRACT This article analyzes the folklorist work of João Simões Lopes Neto (1865-1916). In particular, it reinterprets his connections with contemporary movements to define popular culture, as well as his contacts with practices of literary representation based on peasant culture in neighboring Argentina and Uruguay. Through an exploration of his book Cancioneiro Guasca (1910-1917), this article shows that there was a collective project of inventinggaucho (southern Brazilian) traditions in Rio Grande do Sul during the First Republic, which included the folklore practices that Lopes Neto had collaborated on. This variation of Gaucho identity also aligned with the Júlio de Castilhos Positivist project for conservative modernization, in addition to integrating the nationalist patrol of its symbolic borders.
RESUMEN El objetivo de este artículo es analizar el proyecto folclorista de João Simões Lopes Neto (1865-1916), rediseñando sus conexiones con movimientos contemporáneos de definición de la cultura popular, además de sus contactos con prácticas de representación letrada basadas en la cultura campesina de los países vecinos, Argentina y Uruguay. Metodológicamente, exploré la materialidad/edición y la economía textual de su libro Cancioneiro Guasca (1910-1917). Es posible concluir que existió un proyecto colectivo de invención de tradiciones gauchas en Rio Grande do Sul de la Primera República, sustentado por las prácticas del folclorismo más amplio, del cual participó con gran esfuerzo. Esa variación de identidad gaucha también observaba el proyecto positivista de Júlio de Castilhos de modernización conservadora, además de integrar la patrulla nacionalista de sus fronteras simbólicas.