ANTECEDENTES: O objetivo deste estudo foi determinar a prevalência da epilepsia na população urbana de São José do Rio Preto, com 336000 habitantes, localizada no noroeste do Estado de São Paulo/ Brasil. MÉTODO: O estudo populacional, tipo corte transversal, em amostra aleatória, constituiuse de uma fase de rastreamento, mediante um questionário. O padrão ouro para confirmação diagnóstica foi a história clínica e o exame neurológico. Os testes do c² e intervalo de confiança de 95% (IC95%) foram usados para análise dos resultados, tendo sido considerados significantes os de valor p< 0,05. RESULTADOS: A amostra estudada foi de 17293 pessoas, cuja distribuição quanto ao sexo, à faixa etária e à raça foram semelhantes à da população em geral. A prevalência de epilepsia por 1000 hab. foi 18,6, sendo 8,2 para ativa considerandose, pelo menos, uma crise no período dos últimos 2 anos. A prevalência na faixa etária de 0 a 4 anos foi 4,9, de 5 a 14, 11,7; de 15 a 64, 20,3; e acima dos 65 anos foi 32,8. CONCLUSÃO: As prevalências de epilepsia acumulada e ativa foram elevadas, semelhantes às dos países em desenvolvimento, em particular, aos da América Latina. A prevalência de epilepsia na infância foi baixa, enquanto que nos idosos foi elevada, semelhantes às observadas em países desenvolvidos. Estes resultados são relevantes no planejamento de medidas sanitárias, adequação ao tratamento da população, considerando a alta prevalência encontrada, para minimizar o impacto da epilepsia na população.
The aim of this study was to determine the prevalence of epilepsy in the urban population of São José do Rio Preto. This is a medium-sized city of 336000 inhabitants, located in the northwest of the state of São Paulo, Brazil. METHOD: A crosssectional epidemiological investigation with a randomized sample was performed in two phases, a screening phase and a confirmation of the diagnosis phase. The gold standard was a clinical investigation and neurological examination. The chi-square test was used in analysis of the results and p-value value < 0.05 was considered significant. Prevalence was calculated with 95% confidence interval. RESULTS: The study sample size was 17293 individuals, with distributions of gender, age, and race similar to the general population. The prevalence per 1000 inhabitants of epilepsy was 18.6, of these 8.2 were active, defined as at least one seizure within the last two years. The prevalence per 1000 inhabitants for the age groups (years) was 4.9 (04), 11.7 (514), 20.3 (1564) and 32.8 (65 or over). CONCLUSION: Prevalence of both accumulated and active epilepsy was elevated, comparable to other developing nations, in particular those of Latin America. However, the prevalence of epilepsy in childhood was low, whilst in aged individuals it was high similar to industrialized nations.