A tendência alarmante em direção ao ressurgimento de doenças transmitidas por vetores continuará, a menos que ações eficazes sejam tomadas para controlar suas causas primárias. Fatores sociais, mudanças ambientais causadas pelo homem e/ou mudanças ecológicas são, aparentemente, a base do problema. A dimensão ecológica da pesquisa e do gerenciamento dessas doenças é um elemento difuso e constante, já que consiste, essencialmente, em um problema de caráter ecológico com dimensões biofísica, social e econômica. No entanto, há pouca discussão sobre a dimensão ecológica, sobre o campo da ecologia (p.ex.: seu papel e suas limitações) e sobre os conceitos relacionados à abordagem ecossistêmica na saúde. Uma perspectiva ecológica poderá permitir uma análise antecipada da eficácia de intervenções, oferecer respostas para resultados inesperados provenientes de ações para controle de vetores e contribuir para o planejamento de medidas eficazes de gerenciamento em um ambiente em constante mudança. O objetivo deste trabalho é explorar a dimensão ecológica de doenças transmitidas por vetores e esclarecer o papel do "pensamento ecológico" no desenvolvimento e implantação de ações de controle vetorial, ou seja, abordagem ecossistêmica para o controle de doenças transmitidas por vetores.
Alarming trends in the resurgence of vector-borne diseases are anticipated to continue unless more effective action is taken to address the variety of underlying causes. Social factors, anthropogenic environmental modifications and/or ecological changes appear to be the primary drivers. The ecological dimension of vector-borne disease research and management is a pervasive element because this issue is essentially an ecological problem with biophysical, social, and economic dimensions. However there is often a lack of clarity about the ecological dimension, the field of ecology (e.g. role, limitations), and related concepts pertinent to ecosystem approaches to health. An ecological perspective can provide foresight into the appropriateness of interventions, provide answers to unexpected vector control responses, and contribute to effective management solutions in an ever-changing environment. The aim of this paper is to explore the ecological dimension of vector-borne diseases and to provide further clarity about the role of "ecological thinking" in the development and implementation of vector control activities (i.e. ecosystem approaches to vector-borne diseases).