Objetivo : Identificar os fatores determinantes de lesões não intencionais na população pediátrica residente na comunidade de Paraisópolis, em São Paulo. Métodos : Estudo transversal, não controlado. Os dados coletados durante 4 meses consecutivos, por meio de questionários preenchidos para o Programa Einstein na Comunidade de Paraisópolis foram: identificação do paciente e familiares, escolaridade, condições da moradia, armazenamento de produtos perigosos, acesso à rua e à laje, supervisão e mecanismo de trauma envolvido. Os dados observados foram tratados por meio de frequências absolutas e relativas; foram empregados os testes χ2, exato de Fisher, t de Student Mann-Whitney, com nível de significância de 5% (p<0,05). Resultados : Foram analisados 1.490 questionários. Houve predominância de traumatismos entre meninos (59,6%) e a média de idade foi de 5,2 anos. Ensino Fundamental incompleto foi o nível de escolaridade predominante entre os pais. O cuidador principal identificado foi a mãe (69,4%). Das crianças que sofreram trauma, 56,4% pertenciam a famílias numerosas (≥6 pessoas), moravam em casas de até três cômodos com renda familiar de até R$ 1.000,00 (76,6%). O acesso fácil a substâncias perigosas foi considerável, e o livre acesso a lajes foi relatado em 92,8% dos casos. Os principais mecanismos de trauma foram quedas e queimaduras. Neste estudo, a criança vítima de queda tinha menos de 5 anos de idade. Conclusão : Crianças pequenas que vivem em um ambiente de risco apresentam tendência significativa a sofrer eventos traumáticos.
Objective : To identify the factors that determine unintentional injuries in children living in the community of Paraisopolis, in the city of São Paulo, Brazil. Methods : A cross-sectional and non-controlled study. Data collected during 4 consecutive months through questionnaires filled out for the Einstein Program in Paraisopolis Community included identification of the patient and his/her family, scholarity level, housing conditions, storage of hazardous products, access to the streets and concrete slab ceilings, supervision, and trauma mechanism involved. The observed data were treated as absolute and relative frequencies; χ2, Fisher’s exact test, Student’s t test, and Mann-Whitney’s tests were implemented, with a significance level of 5% (p<0.05). Results : A total of 1,490 questionnaires were analyzed. There was a predominance of trauma within boys (59.6%) and the medium age was 5.2 years. The predominant educational level of the parents was incomplete junior school education. The main caregiver identified was the mother (69.4%). Among the children that suffered trauma, 56.4% belonged to large families (≥6 people), lived in houses up to three rooms, and a family income up to R$ 1,000.00 (76.6%). Easy access to hazardous materials was considerable and free access to concrete slab ceilings was reported in 92.8% of the cases. The main trauma mechanisms were falls and burns. In this study, the child victim of a fall was aged under 5 years. Conclusion : Small children that live in a hazardous environment have a significant tendency to suffering trauma