O presente artigo apresenta dados sobre violência contra pessoas com 60 e mais anos residentes em Portugal há mais de 12 meses. O estudo transversal e descritivo recolheu dados por meio de um questionário aplicado presencialmente a vítimas que recorreram a três entidades governamentais e a uma instituição não-governamental de apoio a vítimas. A amostra não probabilística foi constituída por 510 vítimas de violência em contexto familiar. A violência física e a psicológica foram os tipos mais reportados, afetando 87,8% e 69,6% das pessoas estudadas, seguindo-se a violência financeira (47,5%), sexual (7,5%) e a negligência (6,5%). A maioria (74,1%) dos respondentes indicou mais de um tipo de violência. As vítimas, na maioria mulheres, tinham uma média de idade de 70,7 anos. A maioria dos agressores pertencia à família nuclear, nomeadamente, cônjuges ou companheiros, filhos/enteados e filhas/enteadas. Contudo, observaram-se diferenças no agressor consoante o gênero da vítima. Os resultados indicam que a violência não é um fenômeno uniforme, apresentando-se sob diferentes configurações.
This article presents data on violence against persons aged 60 years or older and living in Portugal for at least 12 months. The cross-sectional descriptive study collected data with a face-to-face questionnaire applied to victims that had sought assistance at three government institutions and one non-governmental support service for victims. The non-probabilistic sample included 510 victims of violence in family settings. Physical and psychological violence were the most common (87.8% and 69.6%, respectively). Financial violence was reported by 47.5% of the victims, followed by sexual assault (7.5%) and neglect (6.5%). The majority of victims (74.1%) reported more than one type of violence. Victims were mostly women, and mean age was 70.7 years. Most of the perpetrators belonged to the nuclear family, namely spouses or partners, sons/sons-in-law, and daughters/daughters-in-law. However, differences were observed according to victim’s gender. The results indicate that violence is not a uniform phenomenon, presenting different configurations.
Este artículo presenta datos sobre la violencia contra las personas de 60 años o más que reside en Portugal desde hace más de 12 meses. Se trata de un estudio descriptivo y transversal que recogió datos a través de un cuestionario respondido presencialmente por las víctimas que recurren a tres entidades de gobierno y una organización no gubernamental. La muestra no probabilística constaba de 510 víctimas de violencia familiar. La violencia física y psicológica fueron los tipos más detectados, afectando a un 87,8% y el 69,6% de los estudiados, seguida por la violencia económica (47,5%), sexual (7,5%) y negligencia (6,5%). La mayoría (74,1%) de los encuestados indica más de un tipo de violencia. Las víctimas, en su mayoría mujeres, tenían una edad media de 70,7 años. La mayoría de los atacantes pertenecían a la familia nuclear, incluidos los cónyuges o parejas, hijos/hijastros e hijas/hijastras. Sin embargo, hubo diferencias en función del sexo de la víctima-abusador. Los resultados indican que la violencia no es un fenómeno uniforme, apareciendo en diferentes configuraciones.