OBJETIVO: Descrever o comportamento da mortalidade em crianças usuárias de creches. MÉTODOS: Trata-se de estudo descritivo da mortalidade de crianças da faixa etária de zero a seis anos e 11 meses, matriculadas em toda a Rede Pública Municipal de Creches de São Paulo (Br), no período de 1995 a 1999. As variáveis de interesse foram sexo, idade, causa básica de morte, tempo de permanência na creche e sazonalidade. RESULTADOS: O coeficiente médio de mortalidade observado para o período foi de 36,4 por cem mil crianças. Do total das mortes, 32,7% ocorreram em menores de um ano e 78,4% em crianças com até três anos. Quanto ao tempo de permanência, 54,2% não chegaram a completar seis meses, destacando os três meses iniciais que concentraram 36,3% das mortes. A maioria dos óbitos ocorreu nos meses de inverno e outono, respectivamente, 31,8% e 29,6%. As causas de morte mais freqüentes foram de origem infecciosa: pneumonias (29,6%), infecção meningocócica (13,0%), meningites não meningocócicas (8,5%), gastroenterites (7,6%), varicela (5,4%). As causas externas representaram 13,5% devido a quedas, atropelamentos, afogamentos, queimaduras e agressões. CONCLUSÕES: A maior parte das mortes ocorreu em menores de três anos e decorreu de causas evitáveis, algumas delas preveníveis por vacinas.
OBJECTIVE: To describe the mortality pattern among children enrolled in public day care centers. METHODS: This was a descriptive study of the mortality pattern among children aged from 0 to 6 years and 11 months who were enrolled in all the public day care centers in the city of São Paulo, Brazil, from 1995 to 1999. The variables of interest were sex, age, underlying cause of death, duration of day care attendance and seasonality. RESULTS: The average mortality rate for the period was 36.4 per 100,000 children. Of the total number of deaths, 32.7% were among children under 1 year old and 78.4% under 3 years old. The deaths of 54.2% of these children occurred before completing six months in the day care center, with a concentration of 36.3% during the first three months. The majority of the deaths occurred during the winter and autumn seasons: 31.8% and 29.6%, respectively. The main underlying causes of death were infections: pneumonia (29.6%), meningococcal disease (13.0%), non-meningococcal meningitis (8.5%), gastroenteritis (7.6%) and chickenpox (5.4%). External causes were responsible for 13.5% of the deaths and included falls, being run over, drowning, burns and physical aggression. CONCLUSIONS: The study indicated that younger children (0-3 years) were the most vulnerable group and that the majority of deaths derived from avoidable causes, some of which preventable by vaccination nowadays.