O mercúrio é um metal que pode ser encontrado naturalmente no meio ambiente e através de fontes antropogênicas. É altamente tóxico para ecossistemas e seres vivos. A maior parte da exposição humana provém da ingestão de pescados contaminados, da liberação de gases da amálgama dentária ou da exposição ocupacional (p.ex.: extração de ouro). Vastas populações são expostas ao mercúrio, tornando-se uma questão de saúde pública muito importante. Efeitos adversos à saúde são comumente observados no sistema nervoso, mas todos os órgãos são alvos em potencial, como a medula óssea. O principal objetivo do estudo foi avaliar as evidências disponíveis sobre a exposição humana ao mercúrio e seus efeitos hematológicos. Uma estratégia de busca foi realizada, incluindo termos chave (palavras-chave, palavras do texto e equivalentes), para pesquisar dois repositórios de dissertações de mestrado e teses de doutorado (Fiocruz/ARCA e Universidade de São Paulo) e quatro bases de dados eletrônicas: BVS/LILACS, MEDLINE/PubMed, Scopus e TOXLINE/NIH (artigos publicados de 1950 até fevereiro de 2018). Não houve restrições de linguagem e uma ferramenta (EPHPP) foi utilizada para avaliar a qualidade dos estudos incluídos. De acordo com os critérios pré-estabelecidos, foram encontrados 80 estudos, todos observacionais (48 relatos de caso, 24 estudos transversais, 6 séries de casos e 2 coortes), que compreendiam 9.284 pessoas. Apesar do fato de que as pessoas mais expostas (6.012) tinham contagens de células sanguíneas normais, e os efeitos hematológicos do mercúrio não pareciam muito comuns (1.914 casos, 14 graves e 29 mortes), três estudos relataram a associação de (β) anemia, linfopenia, neutrofilia e basofilia. Concluímos que as informações coletadas indicam efeitos hematotóxicos do mercúrio, alguns dos quais podem ser muito graves e até fatais.
Mercury is a metal found in the environment from natural and anthropogenic sources. It is highly toxic to ecosystems and living beings. Most human exposures come from ingestion of contaminated seafood, outgassing from dental amalgam or occupational exposure (e.g. gold mining), among other cases. Large populations are exposed to mercury, making it a very important issue from the public health perspective. Adverse health effects are commonly seen in the nervous system, but every organ is a potential target, such as the bone marrow. The main goal of this study was to assess the available evidence on human exposure to mercury and its hematological effects. A search strategy was constructed, including key terms (MeSH, text word and equivalents) for querying 2 repositories of master dissertation and PhD thesis (Fiocruz/ARCA and University of São Paulo) and 4 different electronic databases: BVS/LILACS, MEDLINE/PubMed, Scopus and TOXLINE/NIH, for articles published from 1950 to February 2018. There was no language restriction and a tool (EPHPP) was used to assess the quality of included studies. According to pre-established criteria, 80 studies were retrieved, all of them observational (48 case reports, 24 cross-sectional, 6 case series and 2 cohorts), comprising 9,284 people. Despite the fact that most exposed ones (6,012) had normal blood cell count and mercury hematological effects did not seem very usual (1,914 cases: 14 severe and 29 deaths), three studies reported association (β) for anemia, lymphopenia, neutrophilia and basophilia. We concluded that the gathered information pointed to mercury hematotoxic effects, some of them may be serious and even fatal.
El mercurio es un metal que se puede encontrar de forma natural en el ambiente y mediante fuentes antropogénicas. Es altamente tóxico para los ecosistemas y seres vivos. Entre otras, la mayor parte de la exposición humana, proviene de la ingestión de pescado contaminado, liberación de gases de amalgamas dentales o exposición ocupacional (p.ej. extracción de oro). Vastas poblaciones están expuestas al mercurio, convirtiéndolo en un asunto muy importante desde la perspectiva de la salud pública. Los efectos adversos para la salud se observan comúnmente en el sistema nervioso, pero cada órgano es un objetivo potencial, como la médula ósea. El objetivo principal del estudio fue evaluar las evidencias disponibles sobre la exposición humana al mercurio y sus efectos hematológicos. Se realizó una estrategia de búsqueda, incluyendo términos clave (palabras-clave, palabras del texto y equivalentes), se consultaron 2 registros de trabajos finales de máster y tesis de doctorado (Fiocruz/ARCA y Universidad de São Paulo) y 4 bases de datos electrónicas diferentes: BVS/LILACS, MEDLINE/PubMed, Scopus y TOXLINE/NIH, para artículos publicados desde el año 1950, hasta febrero de 2018. No hubo restricciones de lengua y se usó la herramienta (EPHPP) para evaluar la calidad de los estudios incluidos. De acuerdo con los criterios preestablecidos, se recopilaron 80 estudios, todos observacionales (48 informes de casos, 24 estudios transversales, 6 series de casos, y 2 cohortes), que comprendieron a 9.284 personas. A pesar de que la mayoría de los expuestos (6.012) tenían un recuento normal de células sanguíneas y los efectos hematológicos del mercurio no parecían muy comunes (1.914 casos: 14 severos y 29 muertes), tres estudios informaron de la asociación (β) para anemia, linfopenia, neutrofilia y basofilia. Concluimos que la información recabada indicaba los efectos hematotóxicos del mercurio, algunos de los cuales pueden ser muy serios e incluso fatales.