RESUMO Em uma contemporaneidade que valoriza a felicidade performática e medicaliza a vida, a formação médica é disparadora de questões diversas. A vivência acadêmica, que já anuncia o futuro cotidiano profissional, é perpassada por exigências e comportamentos adoecedores, os quais comprometem a saúde dos estudantes como um todo. Nesse sentido, buscou-se, por meio da análise de postagens públicas na rede social Instagram, de outubro de 2018 a abril de 2019, compreender as manifestações de sofrimento desses indivíduos a partir do que decidem expor à comunidade. Os resultados sinalizam para a naturalização da perda de qualidade de vida, a propagação de um discurso meritocrático de superação das adversidades, bem como o uso das redes sociais como estratégia de enfrentamento e pertença. Reforçam, além disso, a necessidade de se dar continuidade à investigação desses discursos, visto que anunciam um cenário que exige atenção.
ABSTRACT In a contemporary age that values performative happiness and medicalizes life, medical training is a trigger for different issues. The academic experience, which already announces the daily professional future, is permeated by demands and sickening behaviors, which compromise the health of the students as a whole. In this sense, through the analysis of public posts in the Instagram social network, from October 2018 to April 2019, it was sought to understand the manifestations of suffering of these individuals from what they decide to expose to the community. The results signal the naturalization of the loss of quality of life, the propagation of a meritocratic discourse of overcoming adversity, as well as the use of social networks as a strategy of confrontation and belonging. They also reinforce the need to continue investigating these discourses, since they announce a scenario that requires attention.