Resumo Agricultura é uma ocupação de risco, principalmente a familiar em países em desenvolvimento. Os perigos ocupacionais comuns a essa atividade podem atingir a toda família, incluindo crianças e adolescentes. Este estudo descreve o padrão do uso de agrotóxicos entre estudantes e seus familiares em uma região agrícola localizada em Nova Friburgo, Estado do Rio de Janeiro, Brasil. Características sociodemográficas, hábitos, práticas de trabalho e grau de exposição a agrotóxicos foram adquiridas através do uso de questionário. Nossa população de estudo consistiu em estudantes e seus familiares de ambos os sexos, entre 6 e 85 anos de idade (N = 352) sendo 167 mulheres e 185 homens. Houve a predominância de participantes entre 10 - 19 anos (71,3%), solteiros (77,5%), e a maioria com o ensino fundamental incompleto (54,5%). Quanto à ocupação, 45,5% reportaram-se como agricultores e 39,6% como estudantes. As variáveis mais associadas à exposição a agrotóxicos foram sexo (p < 0,001), nível educacional (p < 0,001) e ser agricultor (p < 0,001). Nossos resultados mostraram que crianças e adolescentes parecem ter o mesmo grau de exposição a agrotóxicos que adultos. Nossos achados também sugerem que sexo, ocupação e nível educacional, incluindo professores, estão diretamente associados ao grau de exposição.
Abstract Farming is a risky occupation, especially family farming in developing country. The occupational hazards commonly used in such activity could affect all family members, including children and adolescents. This study describes the pattern of pesticide exposure among students and their families from a farming region located in Nova Friburgo, State of Rio de Janeiro, Brazil. Sociodemographic characteristics, habits, working practices and the degree of exposure to pesticides were assessed by a questionnaire. Our study population consisted of students and family members of both sexes, aged between 6 and 85 years old (N = 352) being 167 women and 185 men. There was a predominance of participants between 10-19 years (71.3%), singles (77.5%), and most had not completed primary education (54.5%). In terms of occupation, 45.5% reported to be farmers and 39.6% were students. The variables mostly associated with pesticide exposure were sex (p < 0.001), educational level (p < 0.001), and being a farmer (p < 0.001). Our results showed that children and teenagers seemed to have the same degree of exposure to pesticides as the adults. Our findings also suggest that sex, occupation and educational level, despite teachers were included, are directly associated with degree of exposure.