Estudos epidemiológicos têm sustentado a hipótese que a ingestão de cálcio na dieta pode proteger contra a adiposidade. O estudo teve como objetivo estimar a associação entre ingestão de cálcio e indicadores de adiposidade durante a adolescência. O estudo de coorte analisou adolescentes do Ensino Médio (n = 962) de escolas selecionadas na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, Brasil acompanhados entre 2010 e 2012. A ingestão de cálcio foi avaliada com um questionário validado de autorrelato de frequência alimentar. Foram realizadas análises transversais e longitudinais de ingestão de cálcio em relação ao índice de massa corporal (IMC), circunferência da cintura (CC), percentual de gordura corporal (%GC), massa gorda (MG), massa magra (MM), índice de massa gorda (IMG) e índice de massa magra (IMM). A análise transversal usou ANOVA com dados da linha de base, e modelos mistos lineares foram aplicados para avaliar as mudanças ao longo do seguimento. Na linha de base, foram observados valores médios mais baixos para IMC, %GC, MG e IMG (p para tendência < 0,05) no quintil mais alto de ingestão de cálcio, em que foram estimados valores médios mais altos de massa magra e índice de massa magra (p para tendência < 0,05), principalmente em meninos. Durante o seguimento, os meninos mostraram uma redução no IMG no quarto e quinto quintis de ingestão de cálcio comparado com o primeiro quintil (p < 0,05), enquanto nas meninas, apenas a CC foi significativamente mais baixa no quarto quintil de ingestão de cálcio comparado com o primeiro quintil. Os resultados corroboram a hipótese do papel da baixa ingestão de cálcio no aumento da adiposidade em adolescentes.
Epidemiological studies have supported the hypothesis that dietary calcium intake is protective for adiposity. This study aimed to estimate the association of dietary calcium with adiposity indicators during adolescence. This is a cohort study with high school adolescents (n = 962) from selected schools of the Metropolitan Region of Rio de Janeiro, Brazil, which were followed from 2010 to 2012. Calcium intake was assessed by a validated self-reported food frequency questionnaire. Cross-sectional and longitudinal analyses of dietary calcium intake were performed regarding body mass index (BMI), waist circumference (WC), body fat percentage (%BF), fat mass (FM), fat-free mass (FFM), fat mass index (FMI), and fat-free mass index (FFMI). The analysis of variance was used for cross-sectional analysis with baseline data and linear mixed models applied to assess changes across the follow-up. At baseline, BMI, %BF, fat mass, and FMI (p for trend < 0.05) had lower means at the highest quintile of calcium intake whereas FFM and FFMI had higher means (p for trend < 0.05), especially for boys. During follow-up, boys had decreased FMI at the 4th and 5th quintiles of calcium intake (p < 0.05); among girls, only WC was significantly lower at the 4th quintile than in the 1st. These results support the hypothesis that low calcium intake increases adiposity among adolescents.
Los estudios epidemiológicos han apoyado la hipótesis de que la ingesta de calcio en la dieta puede ser protectora de la adiposidad. El objetivo del estudio fue estimar la asociación del calcio dietético con los indicadores de adiposidad durante la adolescencia. Se trata de un estudio de cohorte con adolescentes de secundaria (n = 962) de escuelas seleccionadas del Área Metropolitana de Río de Janeiro, Brasil, que fueron seguidas desde 2010 hasta 2012. La ingesta de calcio se evaluó mediante un cuestionario validado de frecuencia de alimentos autoinformado. Se realizaron análisis transversales y longitudinales de la ingesta de calcio en la dieta en relación con el índice de masa corporal (IMC), la circunferencia de la cintura (CC), el porcentaje de grasa corporal (%GC), la masa grasa (MG), la masa libre de grasa (MLG), el índice de masa grasa (IMG) y el índice de masa libre de grasa (IMLG). Se utilizó el ANOVA para el análisis transversal, utilizando los datos de referencia y se aplicaron modelos lineales mixtos para evaluar los cambios a lo largo del seguimiento. En la línea de base, se observaron medias más bajas de IMC, %GC, MG e IMLG (p para tendencia < 0,05) en el quintil más alto de ingesta de calcio, para el que se estimaron medias más altas de MLG y IMLG (p para tendencia < 0,05), especialmente para los chicos. Durante el seguimiento, los chicos presentaron una reducción del IMLG en el 4º y 5º quintiles de ingesta de calcio (p < 0,05), mientras que entre las chicas, sólo la CC fue significativamente menor en el 4º quintil de ingesta de calcio en comparación con el 1º. Estos resultados apoyan la hipótesis de que la baja ingesta de calcio puede tener un papel en el aumento de la adiposidad entre los adolescentes.